Capitulo 26
Lauren acordou numa confortável cama quente e abriu os olhos para um
quarto encantadoramente incomum, mas desconhecido. Sentiu a cabeça martelar
furiosamente quando se esforçou para erguer-se, apoiando-se nos cotovelos, e
olhar em volta. Estava na casa acima do restaurante, e a jovem esposa de Joe
pusera-a na cama após um banho e uma refeição quentes. Não morrera da exposição
às intempéries, percebeu. Que deceção... que anticlímax, concluiu com humor
mórbido. O corpo doía-lhe como se tivesse sido espancada.
Perguntou-se quando Bill iria descobrir que ela mudara os números nas
propostas. Se qualquer um dos quatro contratos fosse concedido à K’s, Bill sem
a menor dúvida se perguntaria como isso podia ter acontecido. Iria perguntar-se
por que Gordon não entrara na concorrência com uma quantia menor do que a da
K’s, e talvez comparasse as cópias que ela dera a Gordon com as originais.
Por outro lado, também existia sempre a possibilidade de que outras
empresas além da K’s e Whitworth ganhassem a concorrência dos contratos, caso
em que Bill continuaria acreditando que ela o traíra.
Lauren empurrou as pesadas mantas e desceu vagarosamente da cama.
Sentia-se enjoada demais para se importar com o que quer que acontecesse.
Sentiu-se ainda pior quando, alguns minutos depois, entrou na cozinha da
família e ouviu Tony ao telefone. Todos os filhos achavam-se sentados à mesa.
— Mary — ele dizia, o rosto vincado em linha severas —, aqui é o Tony.
Deixa-me falar com Bill.
O coração de Lauren disparou, mas era tarde demais para impedi-lo,
porque Tony já se lançava num monólogo sem fim:
— É melhor vir até aqui. Alguma coisa aconteceu a Laurie. Chegou ontem aqui quase congelada. Não tinha casaco, bolsa,
nada. Não quis dizer o que aconteceu. Não deixou que nenhum de nós a tocasse, a
não ser... Como? — A expressão dele ficou furiosa. — Não use esse tom de voz
comigo, Bill! Eu... — Ficou imóvel por um momento, ouvindo fosse lá o que Bill
dizia, depois afastou o fone do ouvido e olhou-o como se tivessem acabado de nascer
dentes no aparelho. — Bill desligou na minha cara — informou aos filhos.
O olhar pasmo dele encontrou Lauren parada, hesitante, no vão da porta.
— Bill disse que tu roubas-te informação dele, que és a amante do
padrasto dele — contou. — Nunca mais quer ouvir o teu nome, e se eu tentar
falar com ele sobre ti de novo, vai mandar o banco executar a minha hipoteca do
empréstimo que me deram para as melhorias do restaurante. Bill disse tudo isso
a mim... falou comigo assim! — Repetiu, com a expressão descrente.
Lauren adiantou-se, o rosto pálido de remorso.
— Tony, você não sabe o que aconteceu. Não entende.
— Mas entendo a forma como ele falou comigo — respondeu, com os
maxilares cerrados. Ignorando-a, voltou-se ao telefone e discou com furiosa
decisão. — Mary — disse no aparelho —, ponha o Bill de novo na linha, já. —
Parou, enquanto parecia que Mary dirigia uma pergunta a Bill. — É — respondeu
—, pode apostar a vida que é sobre Laurie.
Como? Sim, ela está aqui.
Entregou o telefone a Lauren, a expressão tão furiosa e magoada que ela
se sentiu mal.
— Bill não quer falar comigo — explicou —, mas a Mary quer falar contigo.
Com uma mistura de esperança e medo, Lauren disse:
— Estou, Mary?
A voz de Mary parecia um pingente de gelo:
— Lauren, já fizeste muito mal àqueles que foram tolos demais para confiar
em ti. Se tem alguma decência, mantem o Tony fora disto. O Bill não fez ameaças
sem propósito... Pretende cumprir o que disse ao Tony. Está bem claro?
Lauren engoliu um bolo de desolação na garganta.
— Perfeitamente claro.
— Bom. Então sugiro que fiques onde estás durante a próxima hora. O
nosso advogado entregar-te-á as tuas coisas e explicará a tua situação legal.
Íamos notificar-te por intermédio de Gordon Whitworth, mas assim será
imensamente melhor. Adeus, Lauren.
Lauren afundou numa cadeira à mesa, envergonhada demais para olhar os
homens que agora a encarariam com a mesma ressentida condenação que Jim e Mary
lhe haviam demonstrado.
Tony apertou-lhe o ombro com uma das mãos, para reconfortá-la, e ela
sorveu uma inspiração longa e instável.
— Partirei assim que o advogado chegue com a minha mala — disse e ergueu
com dificuldade o olhar.
Em vez de desprezá-la, os rapazes e Tony olhavam-na com impotente
compaixão. Após tudo que lhe acontecera, sentia-se mais capaz de lidar com animosidade
do que com bondade, e a solidariedade deles oprimiu-lhe o coração,
enfraquecendo a represa que refreava as suas emoções.
— Não me peçam para explicar — sussurrou. — Se eu fizesse isso, vocês
não iam acreditar em mim.
— Acreditaríamos sim! — Respondeu Dominic com violento rubor. — Eu
estava em pé atrás da divisória do espaço onde são mantidos os bules de café e
ouvi cada palavra que... aquele porco disse no almoço, mas não sabia o nome
dele. Papa reconheceu-o e veio ficar
ao meu lado, pois queria saber por que almoçarias com alguém que Bill odeia.
Lauren perdeu mais um pouco da compostura, com os olhos sendo assaltados
por lágrimas, mas piscou forte, repelindo-as, e disse com um sorriso trêmulo:
— O serviço deve ter sido terrível com vocês dois a cuidar de mim.
Antes de conhecer Bill, havia anos que não chorava. Depois da última
noite não haveria mais lágrimas. Nunca mais. Chorara aos pés dele, implorando
para que a ouvisse. Só pensar nisso fazia-a encolher-se de mortificação e
fúria.
— Tentei telefonar para o Bill depois que sais-te naquele dia — explicou
Tony — para dizer que Whitworth vinha a ameaçar-te e que estavas em apuros, mas
ele estava na Itália. Disse à Mary para fazê-lo ligar-me assim que retornasse,
mas nunca acreditei que fosses dar de fato a informação ao padrasto dele.
Lauren percebeu a reprovação na voz do amigo e ergueu os ombros num
gesto exausto.
— Eu não lhe dei o que ele queria. Mas o Bill acha que dei.
Meia hora depois, Tony e Dominic acompanharam-na até o restaurante, no
andar de baixo, que ainda não havia sido aberto para o almoço, e mantiveram-se
numa postura protetora atrás da cadeira dela. Lauren logo reconheceu Mike Walsh
como o homem que estava com Bill na noite em que caíra literalmente aos pés dos
dois. Ele apresentou o homem que o acompanhava como Jack Collins, chefe da
Divisão de Segurança da Global em Detroit. Depois os recém-chegados sentaram-se
do outro lado da mesa, diante dela.
— A sua mala — disse Mike, entregando-a. — Gostaria de conferir o
conteúdo?
Lauren teve o cuidado de manter o rosto totalmente inexpressivo.
— Não.
— Muito bem — ele disse curto e grosso. — Irei direto ao assunto.
Senhora Danner, a Global Industries tem provas suficientes para acusá-la de
roubo, conspiração para defraudar a empresa e vários outros crimes graves.
Nesse momento, a empresa não vai insistir na sua prisão. Porém, se algum dia
tornar a ser vista no prédio da Global Industries, ou em qualquer uma das suas
subsidiárias, a empresa pode e vai processá-la pelos crimes que acabei de
citar. Um mandado judicial de prisão já foi preparado. Se for vista nas nossas
instalações, esse mandado será assinado e você será presa. Se estiver em outro
Estado, insistiremos na extradição.
Ele abriu um grande envelope de papel pardo e retirou dele várias
folhas.
— Esta é uma carta que declara os termos que acabei de expor. —
Entregou-lhe uma cópia da carta, junto com um documento de aparência legal. —
Isto... — indicou o documento — ... é uma proibição, assinada pelo tribunal,
que torna agora para si ilegal até mesmo pôr o pé em qualquer propriedade da
Global. Entendeu?
— Perfeitamente — respondeu Lauren, erguendo o queixo em silenciosa
rebelião.
— Tem alguma pergunta?
— Sim, duas. — Ela levantou-se e virou-se para dar um beijo afetuoso na
face de Tony e outro na de Dominic. Sabia que desmoronaria sob a tensão de uma
despedida sentimental; despedia-se dos dois amigos agora, quando era mais
fácil. Tornou a virar-se para o advogado e perguntou: — Onde está o meu carro?
Mike indicou com a cabeça a porta do restaurante.
— O senhor Collins trouxe-o até aqui. Está estacionado à porta. Qual é a
outra pergunta?
Lauren ignorou o advogado e perguntou a Jack Collins:
— Foi o senhor que descobriu todas essas “provas” contra mim?
Apesar da palidez, Jack Collins tinha olhos inquisitivos e penetrantes.
— Um homem que trabalha para mim realizou as investigações enquanto eu
estava no hospital. Por que pergunta, senhora Danner? — Quis saber, encarando-a
com muita atenção.
Lauren pegou a mala na mesa.
— Porque não fez um trabalho muito bom. — Despregou os olhos de Jack
Collins e conseguiu dar um breve sorriso lacrimoso a Tony e Dominic. — Até logo
— disse em voz baixa. — E obrigada.
Saiu do restaurante e não olhou sequer uma vez para trás. Os dois homens
da Global Industries observaram-na ir embora.
— Jovem de beleza estonteante, não é? — Comentou o advogado.
— Linda — concordou Jack Collins, juntando as sobrancelhas numa expressão
pensativa.
— Mas tão traiçoeira e trapaceira quanto linda.
O diretor da Segurança uniu ainda mais as sobrancelhas.
— Será mesmo? Encarei-a nos olhos o tempo todo. Parecia furiosa e
magoada. Não parecia culpada.
Mike Walsh levantou-se impaciente da cadeira.
— É culpada. Se não pensa assim, vá ver as provas que o seu assistente
reuniu contra ela.
— Acho que farei isso mesmo — disse Jack.
— Faça mesmo! — Intrometeu-se Tony, indignado e descaradamente escutando
às escondidas. — Depois venha conversar comigo e eu contarei a verdade.
Whitworth obrigou-a a fazer isso!
Bill recostou-se na cadeira, atento à entrada do escritório de Jack
Collins, Mary, Jim e Tony. Concordara com essa reunião sobre Lauren apenas
porque Jack insistira que era de vital necessidade pelo bem da empresa, no caso
de ela decidir processá-los.
Processá-los por quê, pensou Bill, cheio de amargura. Quem lhe dera
estar em outro lugar naquele momento. Em qualquer outro lugar. Iam falar sobre
ela, e ele teria de ouvir. Lauren fora embora fazia um mês e ainda não
conseguira arrancá-la da sua mente.
Não parava de imaginar erguer os olhos e vê-la a entrar ali, o bloco de
estenografia e a caneta na mão, pronta para anotar as suas instruções.
Na semana anterior, achava-se profundamente absorto no novo balanço
financeiro da empresa, e de repente uma mulher na receção rira. Soara como a
risada baixa e musical de Lauren, que o impulsionou a levantar-se com um ímpeto
da cadeira e pretendera arrastá-la até o seu escritório para avisá-la pela
última vez de que se mantivesse afastada. Mas quando se dirigira à área da receção
e vira que se tratava de outra mulher sentira o coração afundar.
Precisava de um descanso, de um pouco de tranquilidade e do tipo certo
de diversão. Vinha esforçando-se com demasiado empenho na tentativa de
expulsá-la dos pensamentos, trabalhando até ficar com a mente e o físico
esgotados.
Tudo isso ia mudar agora. Em poucas horas viajaria até Chicago para
participar na reunião do comitê de comércio internacional, a reunião que
abandonara para sair disparado atrás dela e para a qual marcaram uma nova data
a fim de que os membros do comitê concluíssem os negócios que não puderam
resolver sem o voto dele. No domingo, dali a três dias, quando se encerasse a
reunião, Vicky ia encontrar-se com ele em Chicago, os dois pegariam um avião
até à Suíça e lá passariam três semanas. Três semanas consecutivas esquiando
durante o dia e fazendo amor à noite deveriam solucionar de forma magnífica
todos os seus problemas. Passar mais uma vez o Natal na Suíça, como fizera três
anos atrás, também era uma ideia muitíssimo atraente.
Com quem mesmo o passara há três anos? Ele tentou lembrar-se.
— Bill — disse Jack Collins —, posso começar?
— Sim — respondeu, virando a cabeça para as janelas.
Quanto tempo ainda seria necessário para fazê-lo conseguir apagar a
lembrança de Lauren chorando aos seus pés? “Por favor, não faças isso connosco”,
ela soluçara. “Eu amo-te tanto.”
Indolente, girou a caneta de ouro entre os dedos, consciente de que Tony
o encarava furioso, à espera da mínima oportunidade para defender Lauren.
“Defender Lauren”, pensou Bill, com sarcasmo. Que defesa? Porque a jovem tinha origem
italiana, Tony automaticamente assumia uma imparcial tendência em favor da
traidora. Porque era de uma beleza tão comovente, Tony ficara cego à traiçoeira
natureza dela. Não podia culpá-lo, porque ele mesmo ficara tão cego e idiota!
Lauren cativara-o, fascinara-o e encantara-o. Desde o início, fora enfeitiçado
por ela, tornara-se imbecilizado pelo seu incontrolável e violento desejo por
ela...
— Percebo — estava a dizer Jack Collins — que Lauren Danner é um assunto
bastante desagradável para todos vocês, mas os cinco nesta sala já conhecem uns
aos outros há muitos anos e não existe nenhum motivo que nos impeça de falarmos
abertamente entre nós, existe?
Como ninguém respondeu, o diretor da Segurança suspirou de frustração:
— Ora, para mim também ela é um assunto bastante difícil de ser
discutido. A investigação sobre ela era em questões técnicas, responsabilidade
minha, e vou-lhes contar agora que isso foi feito de forma muito ineficiente. O
rapaz que cuidou do controle da segurança quando eu me encontrava no hospital
era inexperiente e super precipitado, e isso para descrevê-lo em termos
educados. Se eu não tivesse precisado de voltar ao hospital duas vezes desde
então, teria examinado o problema antes. Agora que o fiz, — prosseguiu com
obstinada determinação, — confesso que ainda não consigo entender a mulher...
pelo menos não completamente. Já falei com cada um de vocês em separado. Agora
espero que, reunidos, possamos resolver algumas das contradições que continuam a
incomodar-me. Talvez cada um de nós tenha uma peça do quebra-cabeça e agora
possamos encaixá-las todas. Tony, por enquanto eu vou-me dirigir apenas ao Bill,
Mary e Jim. Gostaria que você não fizesse comentários até o fim.
Tony estreitou os olhos pretos em sinal de impaciência, mas manteve a
boca fechada e recostou-se num dos sofás verdes.
— Agora, então — disse Jack, dirigindo a atenção a Bill, Jim e Mary. —
Todos os três me disseram acreditar que Lauren Danner se candidatou a um
emprego aqui porque queria espionar para Gordon Whitworth. E todos os três
indicaram que ela era uma jovem extremamente inteligente com talentos de
estenografia e datilografia superiores. Certo?
Mary e
Jim responderam sim. Bill assentiu com um rude aceno da cabeça.
— Então a próxima pergunta que eu gostaria de fazer é por que iria uma
secretária inteligente e competente ser reprovada em cada teste de escritório
que lhe passaram e afirmar jamais ter estado na faculdade quando de fato tem um
diploma de mestrado que indica que é uma talentosa pianista? — Como todos
permaneceram calados, ele continuou: — E por que iria uma jovem inteligente,
com boa formação acadêmica, em busca de um emprego com o intuito de espionar,
fazer uma das coisas mais idiotas que eu já vi... Escrever no formulário de
inscrição, nos campos reservados aos cargos desejados, os de presidente e
gerente de pessoal?
Jack olhou em volta as expressões reservadas dos ouvintes.
— A resposta óbvia é que ela não queria o emprego. De fato, fez tudo ao
seu alcance para se certificar de que não lhe ofereceriam emprego algum, não
fez? — Ninguém respondeu e ele suspirou: — Pelo que sei, ela estava a voltar
para o seu carro depois da entrevista, quando conheceu Bill, que intercedeu em
seu favor naquela mesma noite. No dia seguinte, Jim entrevistou-a e, numa
completa e radical mudança de atitude, a senhora Danner decidiu trabalhar para
a K’s e aceitou o trabalho proposto por Jim. Por quê?
Jim recostou a cabeça no sofá.
— Eu já disse a si e ao Bill o que Lauren me
contou. Ela explicou que conheceu Bill naquela noite, e aceitou o emprego
porque queria trabalhar perto dele. E que achava que ele era um simples
engenheiro que trabalhava para a Global.
— E você acreditou? — perguntou Jack.
— Por que não acreditaria? — respondeu Jim, desgostoso. — Eu vi-a chorar
quando descobriu quem na verdade ele era. Sou o mesmo idiota que também
acreditou que Whitworth era um parente dela, e que embora o sujeito tivesse lhe
pedido para nos espionar, Lauren não iria fazer isso.
— Na verdade — continuou Jack, curvando a boca com sombria diversão —
Whitworth é parente dela. Pesquisei e, segundo a árvore genealógica da família,
que remonta a uns treze anos, e se encontra registrada num livro usado
sobretudo por ‘esnobes’ da sociedade, os Danner são primos em sétimo ou oitavo
grau dos Whitworth.
O incontrolável estímulo de alegria que Bill sentiu foi no mesmo
instante esmagado. Primos ou não, Lauren continuava a ser amante do padrasto
dele.
— Sei, — disse Jack, massageando a têmpora como se tivesse uma dor de
cabeça — que a senhora Danner não pediu para ser designada a si, Bill. De fato,
sei por Weatherby que ela se opôs inflexivelmente à ideia.
— Opôs, sim — disse Bill rangendo os dentes.
Não ia aguentar por muito mais tempo continuar a discutir esse assunto.
Falar de Lauren deixava-o muito angustiado.
— Se ela quisesse de verdade espionar para Whitworth — insistiu Jack —,
por que argumentaria contra ser designada a si, quando trabalhar com o
presidente lhe teria dado muito melhor acesso a informações confidenciais?
Bill pegou uma pasta na escrivaninha e começou a ler o seu conteúdo.
— Ela não quis trabalhar para mim porque discutimos sobre um assunto
pessoal. — “Não quis dormir comigo”, acrescentou, apenas na sua mente.
— Isso não faz sentido — insistiu Jack, firme. — Se vocês haviam discutido,
ela deveria ter adorado a oportunidade de retaliar subindo aqui e espionando-o.
— Nada sobre essa mulher faz sentido — disse Mary, hesitante. — Quando
lhe falei da mãe de Bill, ela ficou branca como uma...
— Eu não tenho tempo para isso! — cortou Bill sem rodeios. — Estou de
partida para Chicago. Jack, posso esclarecer tudo em poucas palavras. Lauren
Danner veio à K’s para espionar. É amante de Whitworth. Uma mentirosa consumada
e uma atriz magnífica.
Tony abriu a boca para argumentar, e Bill disse numa voz grave,
ensurdecedora:
— Não a defenda, porra! Ela permitiu que eu a apresentasse à minha
própria mãe e ao meu padrasto! Ficou ali e deixou-me passar por imbecil,
apresentando-a aos cúmplices, um deles o seu amante! Traiu a todos nós, não
apenas a mim. Falou a Whitworth sobre Rossi e o fez espalhar os seus homens por
toda Casano à procura dele. Forneceu informações de concorrências a Whitworth
que vai custar à K’s uma fortuna em lucros. Ela...
— Não era amante de Whitworth — interrompeu Jack, quando Tony se
levantou com um ímpeto para protestar. — Sei que foi isso que o meu
investigador lhe disse, mas a verdade é essa: embora Whitworth seja de fato o
proprietário do apartamento, só a visitou uma vez, na noite em que a moça
chegou, por talvez trinta minutos.
— A idade de meu padrasto deve estar debilitando a sua capacidade...
— Pare de falar de Laurie
assim! — Tony disse explosivo, furioso. — Eu...
— Poupe seu fôlego, Tony — Bill rebateu com rispidez.
— Tenho fôlego de sobra, e agora vou ter o direito de dizer o que sei!
Dominic e eu ouvimos o que Whitworth disse a ela no dia em que almoçaram no meu
restaurante. Laurie informou-o de
cara que vocês iam casar, e de que ia contar-lhe que era parente dele. Assim
que disse isso, Whitworth começou a falar que você talvez achasse que eram
amantes e talvez acreditasse que foi ela quem deu a informação sobre Casano.
Laurie ficou transtornada e respondeu que não tinha lhe contado sobre Casano e que
tampouco era amante do sujeito. Então perguntou logo se ele a estava a chantagear.
Whitworth disse em meias palavras que sim. E que ficaria calado se ela lhe
passasse as informações...
— O que ela fez — repreendeu Bill — em uma hora! Fez porque pretendia
continuar a mentir-me até Whitworth acabar por nos eliminar das concorrências.
— Não — berrou Tony. — Laurie disse que preferiria morrer a fazer qualquer
coisa para prejudicá-lo. Ela...
Bill bateu a mão com força na mesa ao levantar-se impetuoso.
— Ela não passa de uma cadela traiçoeira e mentirosa. É só disso que eu
preciso saber. Agora, saiam todos daqui!
— Eu já vou! — Quase gritou Tony, pisando fundo ao atravessar o
escritório. — Mas precisas de saber de mais uma coisa. O que fizeste a ela
magoou-a mais do que alguém foi magoado na vida. Colocaste-a na rua sem casaco,
dinheiro, sem nada, e ela telefonou para Whitworth? Não, andou oito quadras no
frio e na chuva para desabar nos meus braços. Portanto, ouve o que tenho a
dizer agora... — Empertigou-se até a sua mais impressionante altura e enfiou o
chapéu na cabeça — ... de agora em diante, estás fora da minha lista, Bill. Se
quiseres comer no meu restaurante, é melhor levares a Laurie contigo!
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Finalmente postei xD
Sorry a demora, não tenho tido paciência para escrever e quando tenho, acontece alguma sena e não tenho tempo...
Se houver alguma sena a soar estranho, é normal, porque não tive paciência para dar uma segunda olhada.
Só há mais um capitulo *-*
Tamos a chegar ao fim :P
Kiss Kiss
PhiK*
Bill estúpido, idiota, palerma -.-'
ResponderEliminarÉ bom que postes o último rápido, fiquei curiosa!
XD pois é :$
EliminarAinda tenho de o acabar xD
:P
Tou atrasada para as aulas e nem sequer acabei de ler xD
ResponderEliminarFui, leio quando chegar :*
Maluka :P
Eliminarsaí à mana ahaha
EliminarJá li tudo...
ResponderEliminarEstá excelente mas quando é que o Bill vai ver a verdade?!
O que é que vem a seguir desta?! (a)
Beijos
ahah
Eliminarsupostamente no ultimo capitulo, que é o próximo xD
Mas nada garante que a Lauren o perdoe, ele tratou-a bué mal, se fosse eu mandava-o po outro lado da rua e se eu lhe dirigisse a palavra já estava ele com muita sorte xP
Nao sei (a)
Oh ta bem mas lá no fundo eles gostam um do outro, no fim deviam ficar juntos
EliminarEu também não mas estou curiosa (a)
E tu paras assim no penultimo?! Hum...
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