quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Pianist Spy - Capitulo 16

Capitulo 16

  Á uma hora da tarde seguinte, Lauren subiu ao octogésimo andar e foi informada por Mary de que o senhor Kaulitz queria vê-la imediatamente. Combatendo com a tensão, ajeitou os cabelos, presos num frouxo nó na nuca, e entrou no escritório.
  — Queria ver-me? — perguntou, educada.
  Bill largou no tampo da escrivaninha os documentos que lia, recostou-se na cadeira e examinou-a com ar indolente.
  — Tu usavas os cabelos assim no alto no dia em que partimos para Harbor Springs — disse, a voz profunda, numa altura baixa e sedutora. — Eu gosto.
  — Nesse caso — Lauren rebateu rindo —, começarei a usá-los soltos.
  Bill riu.
  — Então é assim que vamos jogar, é?
  — Jogar o quê?
  — Esse jogo que começamos ontem.
  — Não estou a participar no seu jogo — ela respondeu com tranquila firmeza. — Não quero o prémio.
  Mas queria. Queria-o para sempre, só seu. E desprezava-se por essa fraqueza idiota.
  Bill observou a conturbada expressão de Lauren com um sentimento de satisfação, e apontou com a cabeça a cadeira em frente à escrivaninha.
   — Senta-te. Eu ia começar a rever um arquivo que me enviaram.
  Aliviada por vê-lo pronto para iniciar o trabalho, Lauren sentou-se, mas ficou sem ar quando pegou a pasta e a abriu. As palavras Arquivo Pessoal — Confidencial estavam impressas na parte da frente, e em baixo havia uma etiqueta que dizia: Lauren E. Danner/Funcionária nº 98753.
  Um rubor tingiu-lhe as delicadas maçãs do rosto ao lembrar-se de haver errado de propósito nos testes e indicar presidente como a primeira preferência de um emprego. Bill veria isso e...
  — Hummm — comentou ele —, Lauren Elizabeth Danner. Elizabeth é um bonito nome, e Lauren também. Combinam contigo.
  Incapaz de suportar o tormento de vê-lo seduzir, ela disse, reprimindo-o:
  — Deram-me o nome de duas tias solteironas. Uma delas tinha estrabismo e a outra, verrugas.
  Bill ignorou-a e continuou em voz alta:
  — Cor dos olhos, azul. — Encarou-a por cima da pasta, com olhos íntimos e provocadores. — Sem a menor dúvida, são azuis. Um homem gostaria de se perder nesses teus olhos... são deslumbrantes.
  — O direito oscilava, a não ser que eu usasse óculos. — informou-o rindo. — Tiveram de operá-lo.
  — Uma menina de olhos oscilantes e óculos no nariz — ele reflectiu com um vagaroso sorriso. — Aposto que era bonitinha.
  — Eu era estudiosa, não bonitinha.
  Os lábios dele franziram-se como se soubesse muito bem o que ela tentava fazer. Virou a ficha, e Lauren viu-o examinando-a, o olhar abordando ao pé da página, onde a candidata listara as preferências de emprego. Percebeu o instante exacto em que localizou a afronta.
  — Que colocação...! — exclamou, estupefacto, e desatou a rir. — Weatherby e eu vamos ter de ter cuidado. Qual dos empregos tu queres mais?
  — Nenhum — respondeu ela, sucinta. — Fiz isso porque, a caminho da entrevista na K’s, decidi que não queria trabalhar ali, afinal.
  — Então erras-te os testes de propósito, é isso?
  — Isso mesmo.
  — Lauren... — ele começou com uma voz sedutora que no mesmo instante a levou a pôr-se em guarda.
  — Eu tive o dúbio prazer de ler todo o teu arquivo — cortou-o Lauren friamente. — O arquivo do departamento de Relações Públicas — esclareceu, diante do olhar surpreso dele. — Sei tudo sobre Bebe Leonardos e a estrela do cinema francês. Cheguei até a ver a sua foto com Ericka Moran no dia a seguir em que me mandou embora porque um “importante parceiro de negócios” chegaria para encontrar-se consigo.
  — E — ele concluiu sem se alterar — ficas-te magoada.
  — Fiquei repugnada — disparou de volta, recusando-se a admitir toda a angústia que sentira. Recuperou o equilíbrio e disse com muito pouco da calma anterior: — Agora podemos passar ao trabalho?
  Um momento depois, Bill foi chamado para uma reunião que durou o resto da tarde, assim Lauren foi deixada em paz. Para ver-se perturbada pelos frequentes olhares recriminadores de Mary Callahan.
  Às dez horas da manhã seguinte, Jim, com a aparência stressada, surgiu junto à secretária de Lauren.
  — Bill acabou de ligar. Quer que subas agora mesmo, e vai precisar que fiques lá durante o resto do dia. — Com um suspiro, gesticulou em direcção ao relatório que ela vinha preparando-lhe. — Vai em frente. Eu termino isso.
  Mary estava fora quando Lauren chegou, mas ela encontrou o Bill sentado à secretária, já despido do casaco e da gravata, a cabeça baixa, concentrado nas notas que escrevia. Tinha as mangas da camisa enroladas acima dos antebraços e o colarinho desabotoado. Ela desviou o olhar para o pescoço. Não muito tempo atrás, lembrou, colara os lábios naquela concavidade onde o pulso batia...
  Olhou para os escuros cabelos num corte magnífico e os ângulos da mandíbula e da face que pareciam talhados a cinzel. Ele era o homem mais bonito, mais irresistível que já vira, pensou com uma pontada de desejo. Mas, quando falou, a voz saiu com calmo desinteresse:
  — Jim disse que precisava de mim aqui em cima agora mesmo. Que quer que eu faça para si?
  — Ora, mas esta é uma boa pergunta! — ele provocou. Enfática, ela ignorou a indirecta sexual.
  — Entendo que tem uma tarefa urgente para mim.
  — Tenho. E trata-me por tu.
  — Qual é?
  — Quero que vás ao café e que me tragas alguma coisa para eu comer.
  — Essa... — engasgou-se Lauren. — Essa é tua ideia de urgente?
  — Muito urgente — respondeu Bill, imperturbável. — Por acaso, estou faminto.
  Lauren fechou as mãos em punhos.
  — Para ti, talvez eu seja apenas um objecto sexual divertido e frívolo, mas lá em baixo tenho um trabalho importante a fazer, e o Jim precisa de mim.
  — Eu preciso de ti, doce. Sabes que desde que cheguei...
  — Não ouses chamar-me de doce! — ela explodiu, vacilando com indesejável alegria diante daquela ternura casual.
  — Por que não? — Bajulou-a, e um sorriso iluminou-lhe o rosto. — Tu és doce.
  — Vais mudar de ideias se me tornares a chamar de doce — prometeu ela.
  Bill uniu as sobrancelhas ao ouvir aquele tom, e obrigou-a a lembrar-se de que ele continuava a ser o seu patrão.
  — Ah, tudo bem! — Rendeu-se, mal-humorada. — Que queres de café da manhã?
  — Secretárias irritantes. — Gracejou ele.
  Ela voltou com um andar arrogante para o seu escritório temporário e descobriu que Mary retornara.
  — Não vais precisar de dinheiro, Lauren — disse a mulher. — Temos uma conta aberta no café.
  Duas coisas impressionaram-na de imediato: a primeira foi que Mary a chamara apenas de Lauren, em vez do tratamento frio habitual de senhora Danner. E a segunda foi que ela sorria... e que sorriso tinha Mary Callahan! Parecia irradiar-se do seu interior iluminando o rosto e suavizando as austeras feições de uma maneira que a fazia parecer totalmente adorável.
  Lauren viu-se retribuindo aquele contagioso sorriso.
  — Que é que ele come no café da manhã? — Suspirou. Os olhos de Mary brilharam.
  — Secretárias irritantes.

  Como para expiar a falta de enviá-la numa tarefa tão insignificante, Bill agradeceu-lhe pelos pãezinhos doces que ela trouxe e, todo galanteador, insistiu em servir-lhe uma xícara de café.
  — Eu mesma me sirvo, mas obrigada de qualquer modo. — recusou Lauren com firmeza.
  Para seu sublime mal-estar, ele encaminhou-se sem pressa até o bar, e como quem não quer nada, debruçou-se sobre o balcão, observando-a adicionar creme e açúcar ao café.
  Quando ela estendeu a mão para pegar a chávena, ele pôs a mão no braço dela.
  — Lauren — disse tranquilo —, desculpa por ter-te magoado. Acredita, jamais tive o intuito de fazer isso.
  — Não há a menor necessidade de continuar a desculpares-te — respondeu, afastando com todo o cuidado o braço. — Basta esquecer que tudo isso aconteceu.
  Pegou a chávena e saiu a caminho da própria mesa.
  — Por falar nisso — disse ele despreocupadamente —, parto para Itália esta noite. Mas a partir de segunda-feira precisarei de ti aqui em cima nas manhãs também.
  — Por quanto tempo? — perguntou Lauren, apavorada.
  Ele riu.
  — Pelo tempo que for necessário para eu vencer esse teu jogo.
  Com essas palavras, o desafio foi lançado, e a batalha de vontades que se seguiu logo a esgotou por completo.

*Continua no proximo capitulo*

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Desculpem pelo atraso :c
Andei com preguissite aguda xD
Well, tudo bem? ^^
Cmg tá tudo :P
Kiss <33'

Phi'K

2 comentários:

  1. Nós esperamos o tempo que for preciso para ter um cap. como este *o*
    Let them play :9
    Beijinhos da mana

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  2. Eu vou espancá-lo, tu segura-me que eu espanco-o! -.-
    Oh Phi comigo tá tudo bem :) Tenho saudades tuas :3

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