quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Pianist Spy - Capitulo 15

Capitulo 15
 
  A divertida fala arrastada de Jim abortou o beijo e os dois ergueram subitamente a cabeça e giraram-na em direcção ao escritório de Mary, onde Jim estava encostado à porta que conectava os dois escritórios.
  Lauren desvinculou-se dos braços de Bill quando Jim se endireitou no vão da porta e depois entrou sem pressa no escritório.
  — Isto torna tudo muito difícil para a Lauren — continuou, pensativo, dirigindo-se ao Bill. — Primeiro, receio que Mary tenha testemunhado parte dessa cena, e como ela é cegamente leal a ti Bill, na certa culpará Lauren. — O horror mortificado dela ao saber que Mary os vira desapareceu por completo sob o choque que sentiu ao ouvir o que o seu antigo chefe anunciou em seguida: — Segundo — mentiu com um sorriso descarado —, o encontro que tu querias que ela desmarcasse no sábado por acaso é comigo. Como sou um dos teus mais antigos e íntimos amigos, e como há sete noites na semana, não considero um jogo muito limpo da tua parte tentar usurpar a minha noite.
  Bill uniu as sobrancelhas em irritação, mas o outro continuou, imperturbável:
  — Como nós os dois pretendemos conquistar a Lauren, acho que devíamos estabelecer algumas regras básicas. Muito bem — ponderou —, ela é a presa aqui no escritório ou não? Estou inteiramente disposto a seguir as regras...
  Lauren acabou por recuperar a sua voz:
  — Recuso-me a ouvir outra palavra — exclamou ao sair direcção ao escritório de Mary.
  Jim afastou-se do caminho, mas manteve o desafiador sorriso apontado para o amigo.
  — Como eu dizia, Bill, estou inteiramente disposto a...
  — Espero sinceramente — interrompeu Bill, curto e grosso — que tenhas um motivo válido para esta visita não agendada.
  Jim esfriou o clima com uma risada.
  — Na verdade, tenho. Curtis telefonou enquanto eu estava fora. Acho que ele quer falar sobre uma negociação...
  Lauren já cruzava a porta do escritório de Mary quando ouviu o nome. Curtis. As palmas das mãos começaram a transpirar. Era um dos seis nomes que Gordon Whitworth lhe pedira para prestar atenção.
  Curtis quer falar sobre uma negociação.
  Lauren afundou na cadeira, o sangue martelando-lhe os ouvidos ao esforçar-se para ouvir mais a conversa do escritório de Bill, porém as vozes haviam baixado e o furioso barulho da máquina de escrever eléctrica de Mary tornava impossível escutar alguma coisa.
  Curtis poderia ser um primeiro nome e não o sobrenome. Michael Curtis fora o nome que Gordon lhe dera, mas Jim falara apenas em Curtis. Lauren pegou o catálogo telefónico da Global Industries na gaveta da escrivaninha. Dois homens chamados Curtis constavam da lista... talvez fosse um deles. Ela não acreditava que Jim fosse o intermediário do espião cuja traição estrangulava a empresa de Gordon. Ele não.
  — Se você não tem trabalho a fazer... — chegou a voz de Mary Callahan, seca e gélida — terei muito prazer em passar-lhe parte do meu.
  Lauren corou e recomeçou o trabalho com determinação.
  Bill compareceu a reuniões durante o restante do dia, e às cinco da tarde Lauren exalou um suspiro de alívio. No primeiro andar da K’s, os ruídos de vozes alteadas e gavetas fechando-se proclamavam o encerramento de mais um dia de trabalho. Ausente, Lauren fez um sinal com a cabeça para as colegas que a lembraram de juntar-se a elas no bar. Tinha os olhos em Jim quando o viu contornar a passos largos o corredor em direcção à mesa dela.
  — Queres conversar? — ele perguntou, inclinando a cabeça em direcção ao seu escritório. — E então? — provocou-a, ao vê-la sentar-se na cadeira em frente à escrivaninha dele. — Por favor... sem dúvida já passamos do ponto em que precisamos de manter algum tipo de formalidade entre nós.
  Nervosa, Lauren retirou fios de cabelos da testa.
  — O que te fez ficar parado lá e... e ouvir tudo? O que te fez você dizer aquelas coisas sobre nós... nós dois?
  Jim recostou-se na cadeira, um sorriso largo repuxando-lhe os lábios.
  — Quando voltei do almoço e descobri que tinhas sido transferida para trabalhar com o Bill, subi com a intenção de me certificar de que estava tudo certo. Mary disse-me que tinhas acabado de entrar no escritório dele, então abri a porta e olhei para ver se precisavas de socorro. E lá estava tu... sorrindo como um anjo para ele enquanto lhe davas recados de outras mulheres e recusavas a proposta de uma “aventura”. — Apoiou a cabeça contra o encosto da cadeira, fechou os olhos e riu. — Ah, Lauren, foste magnífica! Eu ia a sair quando te vi repelir esse homem para longe e dizeres-lhe que lhe telefonarias quando tivesses uma filha da tua idade, para que ele pudesse, hã, “iniciá-la”, como deduzo que te iniciou.
  Abriu um olho, notou as faces rubras de Lauren e acenou-lhe com a mão para que ela não desse tanta importância ao fato.
  — De qualquer modo, tu parecias resistir muito bem à retaliação física do Bill. Eu tinha acabado de decidir ir embora, quando ele te pressionou e declarou que não conseguia se concentrar em nada além de ti. Então, mordes-te a isca e começas-te a afundar, por isso entrei para te dar tempo de recuperares.
  — Por quê? — insistiu ela.
  Jim hesitou por um tempo longo o bastante para despertar suspeita.
  — Suponho porque te vi chorar por ele e porque não quero que acabes magoada outra vez. Entre outros motivos, porque, se fores magoada, pedirás demissão, e por acaso gosto de ter-te por perto. — Os olhos castanhos dele aqueceram-se de admiração enquanto a examinavam. — Não apenas és extremamente decorativa, nova, mas brilhante, inteligente e capaz.
  Lauren recebeu o elogio com um sorriso, mas não ia deixar o assunto morrer aí. Ele explicou por que os interrompera, mas não por que fizera, de propósito, Bill achar que havia algo entre os dois.
  — E — especulou com ousadia — se o Bill acha que tu estás interessado em mim, eu vou tornar-me mais que um desafio. Se isso acontecer, ele investirá mais tempo e esforço a perseguir-me, não? — Antes que Jim pudesse responder, ela concluiu sem rodeios: — E se ele ficar ocupado em perseguir-me, não terá muito tempo para dedicar-se à Ericka Moran, certo?
   Jim estreitou os olhos.
  — Bill, Ericka e eu frequentámos a faculdade juntos. Somos amigos há anos.
  — Amigos íntimos? — instigou Lauren.
  Jim disparou-lhe um olhar perfurante, depois fez pouco caso da questão com um encolher de ombros.
  — Ericka e eu ficamos noivos, mas isso foi há muitos anos. — Deu um sorriso malicioso. — Talvez eu deva fazer exactamente o que disse ao Bill que ia fazer e eu mesmo te conquiste.
  Lauren sorriu.
  — Tenho a sensação de que és tão macaco velho e cínico quanto ele. — Jim pareceu tão ofendido que ela acrescentou, brincando: — Bem, és, sim... mas também és muito atraente, apesar de tudo.
  — Obrigado — respondeu Jim, secamente.
  — Tu e o Bill, fizeram parte juntos de alguma associação de estudantes? — perguntou Lauren, desejando desesperadamente saber mais sobre Bill.
  — Não, Bill frequentou a faculdade com uma bolsa de estudos. Não tinha condições financeiras para fazer parte da associação à qual eu pertencia. Não faças essa cara de pena dele, sua linda idiota. Ele não tinha dinheiro, mas tinha miolos... é um brilhante engenheiro. Também tinha as meninas, entre elas várias que eu desejava.
  — Eu não estava a sentir pena dele — ela negou, levantando-se para ir embora.
  — Por falar nisso... — interrompeu-a Jim — ... falei com a Mary e acabei com os mal-entendidos sobre quem foi seduzido por quem algumas semanas atrás.
   Lauren suspirou, derrotada:
  — Eu gostaria que não tivesses feito isso.
  — Alegra-te como o diabo por eu tê-lo feito. Mary trabalhou para o avô do Bill e conhece o homem desde que ele era bebé. É ferozmente leal a ele. É também uma moralista convicta, com uma específica aversão a jovens libidinosas que perseguem a sua cria. Teria tornado a tua vida um verdadeiro inferno.
  — Se essa senhora é uma moralista tão convicta — argumentou Lauren em rebeldia —, não consigo imaginar como pode trabalhar para o Bill.
  Jim piscou-lhe o olho.
  — Bill e eu somos os grandes favoritos dela, que acredita que ainda temos salvação.
  Ela parou no vão da porta e virou-se.
   — Jim — perguntou, sem graça. — Eu fui o único motivo de teres subido? Quer dizer, inventas-te aquela desculpa sobre Curtis querer falar de uma negociação?
  Ele direccionou os olhos castanhos para ela, curioso.
  — Não, era verdade. Mas usei-o apenas como desculpa. — Riu ao abrir a pasta e começar a enfiar documentos nela. — Como o Bill me informou de forma um tanto rude quando tu sais-te, o assunto de Curtis não era urgente o bastante para justificar a minha subida até lá e a minha interrupção. Por que pergunta sobre Curtis? — acrescentou.
  Com o sangue parecendo fluir frio, Lauren sentiu-se transparente e óbvia.
  — Por nada, só curiosidade. — Jim pegou a pasta e chamou-a:
  — Vem, eu acompanho-te até lá fora. — Atravessaram o saguão de mármore juntos, e Jim abriu uma das pesadas portas de vidro para Lauren passar. A primeira coisa que ela viu ao sair à rua foi Bill, que se encaminhava rapidamente na direcção de uma longa limusina prateada, à sua espera.
  Quando se virou para ocupar o seu lugar no banco de trás, olhou para o prédio e viu-os. Dissecou Jim com o olhar antes de pousá-lo em Lauren. Os olhos cor de mel sorriram-lhe com uma promessa... e uma advertência: na vez seguinte não ia ser contrariado com tanta facilidade.

  — Para onde, senhor Kaulitz? — perguntou o motorista, quando Bill se instalou no luxuoso automóvel.
  — Aeroporto Metro — ele respondeu. Virou a cabeça para vê-la atravessar o largo bulevar ao lado do outro. Com pura apreciação estética, contemplou o suave balanço dos quadris de Lauren. Desprendia-se do seu porte um equilíbrio tranquilo, um orgulho que emprestava graça aos seus movimentos.
  O motorista viu uma brecha no trânsito e a limusina lançou-se rumo ao fluxo de automóveis. Agora que pensava nisso, Bill compreendia que tudo em Lauren o atraía. Durante o tempo que haviam passado juntos, desde que a conhecera, ela divertira-o, enfurecera-o e excitara-o sexualmente. Era riso e sensualidade, delicadeza e desafio, tudo embalado num pacote de extrema sedução.
   Recostando-se no assento macio, pensou no caso que planejava ter com ela. Era loucura envolver-se com uma das funcionárias; se soubesse de antemão o que iria acontecer, teria arranjado um emprego para ela numa das empresas dos seus amigos. Mas era tarde demais agora. Desejava-a.
  Quisera-a desde aquela primeira noite, quando se virara para entregar-lhe um copo de água tónica e encontrara não uma adolescente despenteada, mas uma mulher de refinada beleza. Sorriu, lembrando-se da expressão no rosto dela quando observara o choque que causara nele. Ela previra aquela surpresa, e apreciara sem disfarce cada instante da situação.
  Decidira naquela noite mantê-la à distância. Era jovem demais para ele... não gostara da inexplicável onda de desejo que sentira no momento em que ela o advertiu rindo de que, se a “sandália” se encaixasse, o transformaria num belo sapo. Se esse desejo não lhe houvesse dominado a razão quando a levara ao restaurante de Tony para almoçar, Bill jamais a teria convidado a Harbor Springs. Mas convidara.
  E ela era virgem!
  A consciência atormentou-o e ele suspirou irritado. Merda, se não tivesse feito amor com ela, outro homem teria feito, e muito em breve. Jim Williams a queria. Assim como uma dezena de outros, pensou, lembrando a maneira admiradora, ávida e avaliadora como vários dos executivos a haviam observado na festa no sábado.
  A visão de Lauren parada no terraço naquela noite flutuou pela sua mente. “À um mês atrás eu achava que tu eras alguém especial!”, explodira, parecendo um anjo cruel. “À um mês atrás eu não sabia que tu não tinhas princípios, era promíscuo e de moral corrupta!” “Sem dúvida, sabia expressar opiniões”, pensou Bill com ironia.
  Toda a fibra de seu instinto avisava-o de que um caso com Lauren lhe complicaria a vida. Ela já o instigava. Devia ter se aferrado à decisão inicial de evitar mais qualquer contacto com ela, a decisão que tomara quando a mandara embora de Harbor Springs. Teria se prendido a isso se não a houvesse visto na festa na noite de sábado, tão sexy e clamorosa naquele vestido extremamente provocativo.
  Ela quisera-o também naquela noite, embora o negasse. E também esta tarde no escritório dele. Uma das primeiras coisas que ensinaria àquela beldade adorável e exasperadora era a aceitar a própria sexualidade e admitir os seus desejos. Então banhar-lhe-ia os sentidos em cada refinada sensação que um homem podia proporcionar a uma mulher na cama. Ia ensiná-la a satisfazê-lo também. Lembrou-se das delicadas tentativas dela de dar-lhe prazer quando fizeram amor em Harbor Springs, e um excitante movimento instantaneamente o deixou enrijecido. O efeito que Lauren tinha nele era incrível, pensou, fechando os olhos, ao mudar de posição.
  E se Lauren não tivesse condições emocionais de manter um caso? E se desmoronasse quando a relação chegasse ao fim? Ele não queria magoá-la.
  Bill curvou-se e abriu a pasta, retirando os contratos para a aquisição de terra que ia negociar com os homens que chegavam à cidade de avião para encontrar-se com ele. Era tarde demais para preocupar-se com as possíveis consequências; queria-a com demasiado ardor... e Lauren também o queria.

*Continua no proximo capitulo*

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O Jim é esperto... xD
O Bill é parvo :3
E Lauren tá prali no meio da confusao xD
Lovesss <3''

Phi'K

2 comentários:

  1. Amei *o*
    O Bill está quase a mudar de ideias ;D
    Beijinhos da mana que tem saudades <3

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  2. Mau! Agora vem-me o outro marmelo?!
    Mas o que é isto, pá?!
    Posta mais *-*

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