segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Pianist Spy - Capitulo 10

Capitulo 10

  De acordo com o seu plano de chegar ao abrigo um pouco atrasada, Lauren pediu as chaves do carro ao mordomo e encaminhou-se para o acesso de veículos às onze e meia da manhã, apenas para descobrir que pelo menos outros seis carros estavam a bloquear o dela.
  Até identificarem os donos, encontrarem as chaves e retirarem os carros, já eram onze e quarenta e cinco, e ela ficara meio frenética. Tinha as mãos cerradas no volante ao girá-lo e tomar a estrada principal. E se ele tivesse decidido não esperar?
  Segundo a exacta orientação de Bill, a pouco menos de quatro quilómetros viu uma entrada de veículos asfaltada à esquerda com uma pequena tabuleta de madeira que dizia ‘O Abrigo’ e virou nessa direcção. Acelerou ladeira acima, afugentando para a densa floresta coelhos e esquilos, que correram assustados.
  Uma casa em forma de L surgiu no campo visual ao fim da estradinha, uma espectacular construção de vidro e cedro bruto, que parecia ser a extensão de um penhasco, cuja vista dava para o oceano Pacífico. Ela parou subitamente o carro ao lado da casa, agarrou a bolsa e subiu correndo a larga entrada de azulejos até à porta da frente.
  Tocou à campainha e esperou. Tocou-a de novo e esperou ainda mais. Quando a apertou a terceira vez, porém, já sabia que ninguém ia atender. Não havia ninguém ali.
  Virando-se, contemplou desanimada o pequeno relvado bem cuidado. Não fazia o menor sentido contornar a casa até os fundos, porque ela se empoleirava bem na beira de um penhasco, tendo atrás apenas uma íngreme encosta de uns trinta metros até a água e um impressionante terraço de cedro suspenso no ar.
  Bill não quisera esperá-la por muito tempo, pensou amargurada. Quando não a viu chegar na hora, deve ter imaginado que ela partira para o Missouri. Não tinha carro consigo ali, portanto devia ter ido a algum lugar com o dono daquela casa magnífica.
  Começou a retornar pelo mesmo caminho, sentindo-se muito idiota e com vontade de chorar. Não podia sentar-se nos degraus da entrada e torcer para que Bill voltasse e dormisse ali aquela noite, nem regressar à casa dos Middleton, pois estava lá como convidada dele. Devia saber que não seria nada bom tentar fazer jogos com um óbvio mestre nisso. Por causa da sua maquinação, ela acabaria por passar esse glorioso dia dirigindo de volta ao Missouri sozinha, afinal.
  Engolindo o que estava entalado na sua garganta, Lauren abriu a porta do carro e pôs a bolsa no banco do passageiro. Ao parar para apreciar mais uma vez a estonteante beleza dos arredores, firmou o olhar em alguns degraus entalhados no penhasco rochoso ao lado e ouviu um estranho ruído metálico bem lá em baixo. Era óbvio que os degraus formavam uma escada por entre as árvores até a praia, e tinha alguém lá. Com o coração martelando as costelas, ela desceu-a a correr.
  No último degrau deteve-se, paralisada de alegria e alívio à visão da forma ágil e conhecida de Bill. Vestindo apenas uns calções branco de tenista, encontrava-se agachado e trabalhava no motor de um pequeno barco que fora puxado para a estreita meia-lua da faixa de areia da praia. Por um longo momento Lauren apenas o observou, com os olhos em deleite perante a pura beleza viril.
  Parada ali, viu-o interromper o trabalho no motor e verificar o relógio de pulso. Ele deixou cair o braço e girou devagar a cabeça para fitar algo à direita. Ficou tão imóvel que Lauren despregou afinal os olhos de seu perfil e acompanhou o seu olhar. Quando percebeu o que ele fizera, sentiu uma ternura vibrar por todo o corpo: estendera mantas na areia e pusera uma imensa barraca de praia atrás para protegê-las do sol. Uma toalha de mesa fora posta com todo o esmero acomodando porcelanas, taças de cristal e talheres de prata. Viam-se três cestas de piquenique afastadas num dos lados, e uma garrafa de vinho despontava da tampa aberta de uma delas.
  Bill deve ter subido e descido uma dezena de vezes aqueles íngremes degraus, notou ela. Considerando que, alguns minutos antes, Lauren julgara que ele nem tinha se importado com ela o suficiente para esperá-la chegar, essa prova de como de fato se preocupara era duplamente comovente.
  Não tanto assim, apressou-se a lembrar a si mesma, tentando, sem êxito, desfazer o sorriso do rosto. Afinal, o que de fato via era a cena preparada com todo o cuidado para seduzir... Tentativa de sedução, corrigiu, sorrindo por dentro.
  Ajeitando a camiseta aveludada verde-claro de decote em V que combinava com os calções, ela decidiu dizer algo espirituoso à guisa de saudação. E Bill, claro, agiria de forma muito descontraída e fingiria que nem notara que ela se atrasara. Com esse roteiro em mente, adiantou-se. Por infelicidade, não conseguiu pensar em nada espirituoso para dizer.
  — Oi! — gritou alegre.
  Agachado, ele girou devagar, ainda com a chave de fenda na mão. Passou os braços em volta dos joelhos curvados e encarou-a com frios e inescrutáveis olhos cinza.
  — Estás atrasada — disse.
  A reacção foi tão diferente do que imaginara que Lauren teve de reprimir uma risada aturdida ao encaminhar-se para ele.
  — Achas-te que eu não vinha? — indagou, fazendo-se de inocente.
  Bill ergueu as sobrancelhas escuras numa expressão sarcástica.
  — Não era isso que eu devia achar? — perguntou, não como pergunta, mas como fria acusação, e o primeiro impulso de Lauren foi negar.
  Em vez disso, balançou a cabeça em assentimento, um irrepreensível sorriso provocando-lhe os lábios.
  — Era — admitiu baixinho, vendo os frios olhos mel se aquecerem com fascinado interesse. — Estavas decepcionado?
  No mesmo instante, arrependeu-se da pergunta, porque sabia que ele agora retaliaria com alguma frase ferina.
  — Muito decepcionado — confessou tranquilo.
  Um traiçoeiro calor fluiu pelo sistema nervoso dela ao olhar dentro daqueles hipnóticos olhos cor de mel e, quando Bill largou a chave de fenda e levantou-se, ela recuou um passo, cautelosa.
  — Lauren?
  Ela engoliu em seco.
  — Sim?
  — Gostarias de comer primeiro?
  — Primeiro — ela sussurrou rouca — ... antes do quê?
  — Antes de sairmos para velejar — respondeu Bill, examinando-a perplexo.
  — Ah, velejar! — A respiração saiu numa risada. — Sim, obrigada, adoraria comer primeiro. E adoraria velejar.

***
  Lauren jamais tivera um dia tão glorioso quanto aquele. Nas duas horas seguintes ao início do passeio, nascera uma afectuosa camaradagem entre os dois: camaradagem formada por comentários espontâneos e risos compartilhados, pontuados por longos e calmos silêncios.
  Nuvens brancas e fofas decoravam o brilhante céu azul, e o vento colhia a vela, enviando o barco em silêncio pela água. Ela viu uma gaivota grasnar acima, e depois olhou para Bill, sentado à cana do leme da frente. Ele sorriu e ela retribuiu o sorriso, depois tornou a erguer o rosto para o céu, deleitando-se no calor do sol dourado e sabendo que Bill olhava para ela, indolentemente e com admiração.
  — Podíamos atracar aqui, tomar banho de sol e pescar um pouco. Gostarias? — perguntou Bill.
  — Eu adoraria.
  Lauren viu-o levantar-se e começar a recolher a vela.
  — Vamos pescar algumas percas para o jantar — ele disse, minutos depois, ao montar duas varas de pesca. — A pesca de salmão também é forte aqui, mas precisaríamos de um dispositivo com manivela para baixar uma linha com um chumbo mais pesado em profundidade maior constante.
  Lauren pescara com o pai muitas vezes às margens de verdejantes enseadas e rios do Missouri, mas nunca num barco. Ela não fazia a mínima ideia do que seria um “dispositivo com manivela para baixar uma linha com um chumbo mais pesado em profundidade maior constante”, mas pretendia descobrir. Se Bill gostava de pescar em barcos, ela também aprenderia a gostar.
  — Pesquei um — ele gritou meia hora depois, quando a linha se retesou com um zunido vibrante.
  Lauren largou a sua cana e correu até à outra ponta do barco, dando instruções aos gritos, sem pensar:
  — Firma o anzol! Mantém a ponta da cana para cima. Não deixes a linha afrouxar. Ele está a correr... solta a trava.
  — Santo Deus, como tu és mandona! — Bill riu, e ela percebeu, com um sorriso pesaroso no rosto, que ele manejava o peixe com perícia. Alguns minutos depois, Bill apoiou-se na borda do barco e colocou a grande perca numa rede presa a um cabo longo. Como um orgulhoso menino exibindo o seu troféu a alguém especial, ergueu o peixe que se debatia para Lauren apreciá-lo melhor. — Bem, o que achas?
  Bastou uma olhada naquela expressão pueril, nas feições talhadas a cinzel, que o amor a desabrochar em Lauren irrompeu em total florescimento. “Tu és maravilhoso”, ela pensou.
  — É um peixe maravilhoso! — disse ao contrario.
  E naquele momento de aparente despreocupação, tomou a mais importante decisão da sua vida. Bill já lhe conquistara o coração; era correcto que essa noite também recebesse o seu corpo.

***
  O sol punha-se numa labareda carmesim quando ele afrouxou a vela e os dois começaram a fazer o caminho de volta. Lauren sentiu mais uma vez em si o olhar do parceiro quando ele se sentou à cana do leme, de frente para ela à luz da tarde que esmorecia. Começava a ficar frio e ela dobrou as pernas junto ao corpo, envolvendo-as com os braços. Resolvera por completo na sua mente a questão de como passariam a noite, mas a ideia de que ia dar um passo tão irrevogável com um homem a quem adorava, mas sobre o qual tão pouco sabia, preocupava-a.
  — Em que estás a pensar? — perguntou Bill, tranquilo.
  — Que sei muito pouco sobre ti.
  — Que gostarias de saber?
  Era a abertura que Lauren queria com tanto desespero.
  — Bem, para começar, como passas-te a conhecer Tracy Middleton e os convidados da festa dela?
  Como se para retardar a resposta, Bill retirou um cigarro do maço no bolso e enfiou-o entre os lábios. Riscou um fósforo e curvou as mãos sobre a chama, acendendo-o.
  — Tracy e eu crescemos juntos, morávamos em casas vizinhas — respondeu, apagando o fósforo com uma destra sacudidela do pulso. — Perto de onde fica hoje o restaurante de Tony.
 Lauren surpreendeu-se. O restaurante onde haviam almoçado ficava no que era agora um bairro no centro da cidade elegantemente restaurado. Mas quinze ou vinte anos atrás, durante o crescimento de Bill e Tracy, não poderia ter sido de modo algum um lugar muito agradável.
  Ele observou as emoções oscilarem nas feições dela e pareceu adivinhar o rumo dos seus pensamentos.
  — Tracy casou-se com George, que tem quase o dobro de sua idade, para escapar do antigo bairro.
  Com toda a cautela, Lauren abordou o assunto que Bill evitara antes e que mais a interessava:
  — Bill, disseste que o teu pai morreu quando tinhas quatro anos, e que os teus avós te criaram. Mas o que aconteceu com a tua mãe?
  — Nada aconteceu com a minha mãe. Voltou a morar com os pais dela, no dia seguinte ao do enterro do meu pai.
  Estranho... a sua completa indiferença a alertou e a fez examiná-lo com cuidado. Tinha o rosto pacífico, uma máscara neutra. Calmo e impassível até demais, pensou ela. Não queria bisbilhotar, mas começava a apaixonar-se por esse homem entusiasmado, fascinante, enigmático, e precisava, com desespero, entendê-lo. Hesitante, perguntou:
  — A tua mãe não te levou com ela?
  A concisão do tom de Bill advertiu-a de que não o agradava o rumo da conversa, porém ele respondeu mesmo assim:
  — A minha mãe era uma mulher rica e mimada de Grosse Pointe, que conheceu o meu pai quando ele foi à casa da sua família consertar uma fiação eléctrica. Um mês e meio depois, rompeu com o noivo sem graça, mas muito rico, e casou-se, em vez disso, com o meu pai, que era orgulhoso, mas muito pobre. Parece que ela se arrependeu quase em seguida. O meu pai insistia que a minha mãe vivesse com o que ele ganhava, e ela odiava-o por isso. Mesmo quando os negócios dele melhoravam, a minha mãe desprezava a vida que levava e desprezava-o.
  — Então por que não o deixou?
  — Segundo o meu avô — respondeu Bill secamente —, numa área ela achava o meu pai irresistível.
  — Apareces-te com o teu pai? — perguntou Lauren por impulso.
  — Quase idêntico, disseram-me. Por quê?
  — Por nada — disse ela. Mas teve uma deplorável sensação de que entendia a exacta área em que o pai dele devia ter sido irresistível para a mãe. — Continue a história, por favor.
  — Não tem muito mais para contar. No dia seguinte ao do enterro, ela anunciou que queria esquecer a imunda vida que levara e mudou-se para a casa dos pais em Grosse Pointe. Três meses depois, casou-se com o ex-noivo, e em um ano teve outro filho... o meu meio-irmão.
  — Mas ela vinha visitar-te, não?
  — Não.
  Horrorizou-a a ideia de uma mãe abandonar o filho e depois viver no luxo a apenas poucos quilómetros dele. Grosse Pointe era onde os Whitworth também moravam, e não ficava longe do bairro onde Bill fora criado.
  — Queres dizer que nunca mais a viste?
  — Via de vez em quando, mas apenas por acaso. Uma noite, ela apareceu no posto de gasolina onde eu trabalhava.
  — O que ela disse?
  — Pediu que verificasse o óleo — respondeu Bill, imperturbável.
  Apesar da aparente atitude de total indiferença, Lauren não podia acreditar que, quando jovem, Bill fosse tão invulnerável assim. Sem dúvida o facto da própria mãe tratá-lo como se ele não existisse deve ter-lhe causado um terrível sofrimento.
  — Isso foi tudo o que ela disse? — perguntou, firmemente. Alheio ao fato de que Lauren não partilhava o irónico humor dele quanto à história, respondeu:
  — Não... acho que me pediu para calibrar os pneus também.
  Embora Lauren mantivesse a voz neutra, por dentro sentia-se mal. Lágrimas aferroavam-lhe os olhos e ela ergueu a cabeça para o céu que se tornava lilás a fim de escondê-las, fingindo ver as nuvens rendadas flutuarem acima da lua.
  — Lauren? — ele chamou com a voz seca.
  — Hummm? — fez ela, os olhos cravados na lua.
  Bill curvou-se, tomou-lhe o queixo e girou o rosto para o dele. Notou os olhos marejados, em aturdida descrença.
  — Estás a chorar! — comentou incrédulo. Lauren acenou-lhe com a mão fazendo pouco caso do fato.
  — Não ligues a isso... também choro em filmes.
  Bill desatou a rir e puxou-a para o colo. Ela teve um estranho sentimento materno ao passar o braço em volta dele e afagar-lhe de modo confortador os volumosos cabelos escuros.
  — Suponho — disse com a voz hesitante — que enquanto tu crescias, o teu irmão tinha todo o tipo de coisas com as quais tu só podias sonhar. Carros novos e tudo o mais.
  Erguendo-lhe o queixo, Bill sorriu para aqueles entristecidos olhos azuis.
  — Eu tinha avós maravilhosos, e garanto-te que não guardo quaisquer cicatrizes emocionais do que aconteceu com a minha mãe.
  — Claro que guarda... qualquer um guardaria! Ela abandonou-te, e depois, quase diante de ti, esbanjou atenção para o outro filho...
  — Para com isso — ele provocou — ou vais-me levar às lágrimas.
  Com calma gravidade, Lauren explicou:
  — Eu chorava pelo menino que tu eras então, não pelo homem que és agora. Apesar de tudo o que aconteceu... não, por causa disso... tornaste-te um homem forte, independente. Na verdade, quem deve lamentar-se é o teu meio-irmão.
  Bill riu:
  — Tens razão, ele não passa de um idiota. — Lauren ignorou o humor dele.
  — O que quis dizer é que tiveste sucesso sozinho, sem pais ricos para ajudar. Isso torna-te um homem maior que o teu meio-irmão.
  — Por isso sou maior? — ele brincou. — Sempre achei que era por causa do meu gene. Sabes, o meu pai e o meu avô eram homens altos...
  — Bill, estou a tentar ser séria!
  — Desculpa.
  — Quando eras jovem, deves ter sonhado em te tornares rico e bem-sucedido como o marido e o filho da tua mãe.
  — Mais rico — confirmou Bill. — E mais bem-sucedido.
  — Então foste para a faculdade e conseguis-te o diploma de engenharia — concluiu ela. — Depois, o que fizeste?
  — Quis abrir a minha própria empresa, mas não tinha dinheiro suficiente.
  — Que pena — disse Lauren, solidária.
  — E também basta da história da minha vida, por hora — ele concluiu, evasivo. — Estamos quase a chegar.
  A afectuosa intimidade que se criara entre eles ao velejarem de volta continuava a envolvê-los enquanto jantavam à luz da clarabóia no terraço de cedro suspenso acima do penhasco.
  — Não te incomodes — disse Bill, quando Lauren se levantou com a intenção de tirar a porcelana e os cristais da mesa. — A governanta cuidará disso pela manhã.
  Pegou uma garrafa de Grand Marnier e serviu o licor em dois frágeis cálices. Entregou um a ela e recostou-se na cadeira. Levando o seu aos lábios, contemplou-a por cima da borda.
  Lauren girou a haste do cálice entre os dedos, tentando ignorar a atmosfera de expectativa que pairava sobre os dois. O seu tempo esgotava-se; Bill satisfizera-lhes a fome física, e agora preparava-se, indolente, para satisfazer-lhes a fome sexual. Lauren percebia isso na forma de ele demorar o olhar possessivo nas suas delicadas feições, ali sentado à sua frente, enquanto conversavam.
  Ela levou o cálice aos lábios e tomou um gole fortificante da bebida de laranja e conhaque. A qualquer momento ele ia levantar-se e levá-la para dentro. Ela ergueu os olhos quando ele acendeu um cigarro. No brilho tremeluzente da clarabóia, as bonitas feições pareciam misteriosas e quase predatórias. Um calafrio em parte de medo e em parte de excitação subiu-lhe pela espinha.
  — Estás com frio? — perguntou Bill em voz baixa. Lauren apressou-se a fazer que não com a cabeça, temendo que ele logo sugerisse que entrassem. Então percebeu que ele devia tê-la visto estremecer e acrescentou:
  — Quer dizer, senti um friozinho ainda há pouco, mas está tão bom aqui fora que ainda não suporto a ideia de entrar.
  Vários minutos depois, Bill apagou o cigarro e afastou a cadeira da mesa. Lauren sentiu o coração disparar. Esvaziou o cálice e estendeu-o na direcção dele.
  — Quero mais um pouco.
  Viu um lampejo de surpresa na expressão dele, mas a satisfez e serviu mais Grand Marnier em ambos os cálices, e depois tornou a sentar-se na cadeira, observando-a abertamente.
  Nervosa demais para receber o olhar dele, ou sustentá-lo, ela levantou-se, deu um sorriso trémulo e encaminhou-se até a beirada do terraço, para contemplar do outro lado da água escura, as luzes que piscavam nas colinas. Queria agradá-lo sempre, e de todas as maneiras, mas e se essa noite fosse um fracasso? Bill exibia tão assustadora virilidade e tão gritante experiência que a virgindade e a inexperiência dela talvez lhe parecessem um transtorno.
  A cadeira de Bill arranhou a madeira do terraço, e Lauren ouviu-o aproximar-se e parar bem atrás dela. Pôs-lhe as mãos nos ombros e fê-la ressaltar-se.
  — Estás com frio — murmurou, puxando-a para junto do peito e envolvendo-a com os braços para aquecê-la. — Melhor assim? — perguntou, com os lábios nos cabelos cor de mel. A pressão daquelas pernas e coxas apertadas contra si roubou-lhe o poder de fala. Lauren balançou a cabeça e pôs-se a tremer descontrolada. — Estás a tremer. — Transferiu as mãos para a cintura e virou-a com delicada insistência em direcção à casa. — Vamos lá para dentro, onde está quente.
  Lauren sentia-se tão nervosa que só percebeu que as portas de vidro deslizantes para as quais o anfitrião a levou não eram as que se davam para a sala quando entrou e viu-se num luxuoso quarto decorado em tons de caramelo, branco e castanho. Parou atónita, com os olhos cravados na imensa cama do outro lado do aposento. Ouviu-o fechar a porta de vidro com uma pancada final, mortal, e enrijeceu o corpo todo.
  Por trás, Bill deslizou o braço pela sua cintura e puxou a rígida forma para si. Com a outra mão, afastou-lhe os sedosos e pesados cabelos e expôs-lhe o pescoço. A respiração de Lauren tornou-se rasa e rápida quando sentiu os lábios na nuca e depois deslizarem para a orelha, ao mesmo tempo que ele começou a mover as mãos, indolentes, pela região da barriga dela e subindo.
  — Bill — ela protestou, — eu... eu ainda não me sinto muito cansada.
  — Bom, — sussurrou ele, enquanto lhe traçava com a língua as dobras da orelha. — Porque vai levar horas até eu te deixar dormir.
  — O que eu queria dizer era... — Lauren arquejou quando o sentiu mergulhar a língua no fundo de sua orelha, disparando-lhe calor pelas pernas. — O que eu queria dizer... — esclareceu hesitante — é que ainda não estou pronta para... para ir para a cama.
  A profunda voz dele agiu nela como um afrodisíaco:
  — Esperei uma eternidade por ti, Lauren. Não me peças para esperar mais.
  O sentido que ela interpretou nessas palavras eliminou as últimas dúvidas sobre a profundidade do que ele de fato sentia por ela, e a exactidão do que ela fazia. Assim, não empreendeu acção alguma para impedi-lo quando Bill deslizou as mãos sob a blusa aveludada, mas quando ele a retirou e virou-a de frente para olhá-la, tinha o coração disparado loucamente.
  — Olha para mim — incentivou-a baixinho.
  Lauren tentou erguer os olhos e não conseguiu. Engolia convulsivamente em seco.
  Deslizando as mãos para os cabelos dela, ergueu-lhe o rosto na sua direcção, com os hipnóticos olhos mel cravados no fundo dos dela.
  — Vamos fazer isto juntos. — Tranquilizou-a. Pegando-lhe a mão, colocou-a contra a frente do seu peito. — Desabotoa a minha camisa — incitou-a, delicado.
  Em algum lugar na caótica turbulência em que estava a sua mente, Lauren percebeu que Bill na certa achava que aquela hesitação era porque outros amantes menos experientes não lhe haviam ensinado as preliminares certas para o ato sexual, e ele agora tentava orientá-la.
  Baixou os cílios curvados e projectou sombras nas faces ruborizadas ao cumprir a ordem com dedos que haviam ficado desajeitados por uma mistura de pânico e alegria. Ele desenganchou-lhe com destreza o sutiã de renda, ela desabotoou devagar cada um dos botões da camisa dele, intensificando, sem o saber, a excitação dele com a sua lentidão.
  Os dedos dela moviam-se com vontade própria, abrindo-lhe a camisa e expondo-lhe o peito. Era tão lindo e todo seu para tocá-lo, pensou Lauren, tão inebriada ao se dar conta disso que mal notou quando ele lhe retirou o sutiã pelos braços.
  — Toca-me — ordenou Bill, enrouquecido.
  Lauren não precisava mais de encorajamento nem de instrução. Guiada por amor e instinto, deslizou as mãos, acariciou-lhe os pelos claros do tórax e curvou-se para beijar-lhe a pele. Um arrepio correu por todo o corpo dele ao primeiro roçar daqueles lábios e o fez afundar a mão livre nos cabelos macios da nuca de Lauren, erguendo a cabeça. Por um momento apenas a encarou, com os olhos ardentes do desejo que vinha reprimindo, e então baixou a cabeça.
  Com os lábios quentes e de uma refinada delicadeza a princípio, saboreou e moldou os delas. Então separou-os devagar e começou a explorar-lhe a boca com a língua, com uma fome tão débil que a enlouqueceu de prazer.
  Ela arqueou-se contra o amado, deslizando as mãos pelo peito nu, e levou-o a erguer a cabeça. Os olhos em chamas arderam olhando para os dela, vendo apenas o próprio desejo reflectido naquelas profundezas azuis. Respirou com dificuldade, tentando visivelmente controlar a paixão, e perdeu a batalha.
  — Deus do céu, eu quero-te! — disse, feroz, e pressionou-lhe os lábios contra os seus, exigentes. Após separá-los com a língua, mergulhou naquela boca num beijo que disparou chamas explosivas por todo o corpo de Lauren.
  Ela gemeu, acomodou-se naquelas coxas endurecidas, e ele moveu as mãos pelo corpo dela, deslizou-as pelas laterais dos seios, pelas costas, e então mais em baixo, forçando-a a comprimir os quadris no latejante calor da virilidade intumescida entre as suas pernas.
  A Terra tremeu quando a agarrou entre os braços, devorando-lhe a boca com a sua enquanto a deitava na cama. Também se deitou e cobriu-lhe o corpo com o seu.
  Tomou-lhe os seios nus nas mãos, estimulou os mamilos em dolorosa rigidez e fechou os lábios neles. Retornou aos lábios dela, abriu-lhe a boca faminta com a sua, explorou-a, com mãos experientes, excitou-a e atormentou-a, banhando-lhe os sentidos num caleidoscópio de ardorosos prazeres eróticos que fez pulsar uma quente necessidade em cada nervo do palpitante corpo de Lauren.
  Deslocou-se então para cima dela e alguma coisa excitante e feroz agitou-se bem no seu íntimo, pronta para acolhê-lo. Mas no momento em que Bill lhe abriu caminho entre as pernas e separou-as, o seu corpo todo se enrijeceu de involuntário susto.
  — Bill! — ela arquejou, apertando uma perna contra a outra. — Bill, espera, eu...
  Ele rejeitou a sua tardia recusa com duas palavras roucas:
  — Não, Lauren.
  O desejo desprendido dessa voz abalou-lhe a resistência, e ela enlaçou os braços apertados nos largos ombros dele, puxou-o para si e ergueu os quadris a fim de acolhê-lo. Bill mergulhou de corpo inteiro nela, enterrando-se na acolhedora maciez com uma destreza que causou a Lauren apenas um instante de dor, logo esquecida quando ele começou a mover-se com atormentadora lentidão dentro dela.
  — Esperei por ti há apenas poucos dias, mas parece uma eternidade — declarou, a voz áspera, e começou a intensificar o ritmo dos impetuosos mergulhos, levando-a cada vez mais próxima do pico, até o amor e a paixão de Lauren explodirem afinal em vibrante êxtase.
  Estreitou os braços em volta dela e, com um mergulho final, uniu-se a ela no ensandecido e delicioso esquecimento para onde a enviara...
  Descendo como de um sonho da euforia enevoada em que flutuava, saciada e feliz, Lauren aos poucos tomou consciência do calor que emanava do corpo ao seu lado, e do peso da mão descansando em cima da sua barriga. Mas ali deitada, começou a sentir uma vaga inquietação infiltrar-se na mente confusa. Tentou impedi-la de entrar, afastá-la do regozijo do momento, mas era tarde demais. Lembrou-se de que ele a mantivera nos braços cerrados, mergulhando o corpo no dela quando sussurrara: “Esperei por ti há apenas poucos dias, mas parece uma eternidade.”
  O seu etéreo contentamento deu lugar à adversa realidade. Interpretara mal o sentido das palavras dele quando lhe dissera que vinha esperando uma eternidade por ela. O verdadeiro sentido era que os poucos dias que ele tivera de esperar para fazer amor com ela pareceram uma eternidade. Isso não mudava os seus sentimentos por ele, mas deixava-a inquieta.
  Ele teria notado a sua virgindade? Como reagiria? E se perguntasse por que ela decidira aceitar fazer amor com ele? Com certeza, não ia dizer-lhe a verdade ainda que estava apaixonada e queria que ele a amasse.
  Lauren resolveu que teria de evitar o assunto. Hesitante, abriu os olhos.
Deitado de lado, apoiado no cotovelo, Bill encarava-a intensamente. Parecia intrigado, em dúvida e divertido...
  Ele notara. E, a julgar pela sua expressão, pretendia conversar a respeito.
  Lauren rolou para longe daquele olhar e logo se sentou de costas para ele. Pegando a camisa dele, largada ao pé da cama, enfiou os braços nas mangas num esforço de cobrir a nudez.
  — Eu adoraria um pouco de café — murmurou, agarrando-se a isso como uma desculpa para fugir às possíveis perguntas. — Vou fazer um pouco.
  Levantou-se e olhou-o, depois enrubesceu ao vê-lo deslizar o olhar pelas suas pernas longas e bem torneadas, antes de erguê-lo para o rosto.
  Jamais se sentira tão envergonhada como naquele momento parada ali, nua dentro da volumosa camisa dele.
  — Tu... não te incomoda que eu use a tua camisa, incomoda? — perguntou, atrapalhando-se com os botões.
  — De modo nenhum, Lauren. — Foi a solene resposta, mas com um brilho risonho nos olhos. O divertimento dele era tão enervante que as mãos de Lauren começaram a tremer. Concentrando-se em enrolar os punhos das mangas, ela perguntou:
  — Como tu gostas?
  — Exactamente como fizemos.
  Ela disparou-lhe um olhar e o rubor nas faces intensificou-se.
  — Não — corrigiu, com uma rápida e nervosa sacudida da cabeça. — Quer dizer, como gostas do teu café?
  — Puro.
  — Tu... queres um pouco?
  — Um pouco do quê? — perguntou Bill, insinuante, rindo com uma expressão perversa.
  — De café!
  — Quero, obrigado.
  — Pelo quê? — gracejou Lauren, maliciosa, depois girou nos calcanhares e saiu apressada antes que ele pudesse responder.
  Apesar da sua ousadia ao sair do quarto, sentia-se precariamente à beira das lágrimas quando entrou na cozinha e acendeu as luzes. Bill ria dela, jamais esperara esse tipo de reacção dele. Fora assim tão sem jeito e mostrara tão desengonçada inexperiência?
  Atrás de si, ouviu-o entrar na cozinha e logo se ocupou em colocar café no coador.
  — Por que estes armários estão tão vazios? A não ser o que comemos à noite, não há mais comida.
  — Porque a casa foi posta à venda — ele respondeu, instalando as mãos firmes na cintura dela até comprimir o tecido das suas calças na parte de trás das pernas nuas de Lauren. — Por que não me disseste? — perguntou em voz baixa.
  — Disse o quê? — fez-se de desentendida.
  — Sabes muito bem.
  Ela fitou pela janela acima da pia.
  — Na verdade, eu acabei por esquecer.
  — Errado. — Bill riu. — Tenta de novo.
  — Porque o assunto nunca veio à tona — ela respondeu, com um encolher de ombros indiferente — e porque achei que tu não fosses notar.
  — O assunto nunca veio à tona — repetiu ele em tom seco — porque virgens de vinte e três anos nos dias de hoje são raríssimas. E virgens de vinte e três anos com a tua aparência, mais raras ainda. Quanto ao resto... bem, foi claro como o sol.
  Lauren virou-se para encará-lo, examinando-o com curiosos olhos azuis.
  — Mas antes de... desse ponto, tu não percebeste que eu não tinha... não tinha... antes?
  — Jamais me ocorreu que fosses virgem até ser tarde demais para fazer alguma diferença para qualquer um de nós. — Abraçando-a, ele acrescentou: — Mas devias ter me dito antes de irmos para a cama.
  — Se eu tivesse dito, terias mudado de ideias? — perguntou Lauren, adorando o som da voz e os braços dele à sua volta.
  — Não, porém, teria sido mais delicado contigo. — Recuando, encarou-a com genuína perplexidade. — Por que eu teria mudado de ideias?
  — Não sei — resmungou, nervosa. — Achei que talvez tivesses, bem, reservas sobre... sobre...
  — Sobre o quê? — zombou Bill, tolerante. — Sobre “roubar” alguma coisa que pertence ao teu futuro marido? Não sejas ridícula. Ele não vai esperar que tu sejas virgem; os homens já não valorizam a virgindade. Não queremos, nem esperamos que uma mulher seja inexperiente. Também somos liberais, sabes? Tens os mesmos desejos físicos que eu, Lauren, e o direito de satisfazê-los com quem desejares.
  Cautelosa, ela baixou os olhos para o medalhão de ouro pendurado numa comprida corrente também de ouro que pendia no pescoço dele e perguntou:
  — Tu já gostas-te, de verdade, de alguma das mulheres que tiveste na tua vida?
  — De algumas delas, sim.
  — E não te incomodava com o facto de que haviam tido relações sexuais com outros homens?
  — Claro que não.
  — Isso parece uma atitude muito... insensível...
  Bill baixou os olhos e manteve-os nos tentadores montículos dos seios dela.
  — Se eu te dei a impressão de que sou insensível, acho que é hora de voltarmos para aquele quarto.
  Lauren perguntou-se se aquela deliberada interpretação que ele dera do uso da palavra insensível devia-se a querer evitar o assunto. Se tivesse amado de verdade aquelas mulheres, não teria se sentido possessivo em relação a elas? Se realmente se importasse com ela, não ficaria satisfeito em saber que fora o único homem com quem ela fizera amor? Ergueu os olhos azuis aflitos para os dele.
  — Bill?
  Ele olhou para a delicada e jovem beldade a quem abraçava. Tinha o rosto emoldurado por ondas soltas de um mel queimado, a boca macia e generosa, e os seios fartos pressionavam-lhe sedutoramente o peito nu. Abraçou-a com mais força e curvou a cabeça.
  — Que foi? — murmurou, mas abriu a boca, num beijo profundo e inebriante que lhe silenciou a voz.
 
  Um pouco depois do amanhecer, Lauren rolou na cama e viu os cabelos escuros de Bill no travesseiro ao lado. Com um onírico sorriso de satisfação, fechou os olhos e mergulhou de volta no sono profundo de jubilosa exaustão. Só tornou a acordar quando ele pôs uma chávena de café na mesinha de cabeceira ao lado e sentou-se na cama.
  — Bom-dia — ela disse, desfazendo o sorriso quando o viu já de banho tomado, barbeado e metido numas calças largas, feita sob medida, e uma camisa cinza com a gola aberta. — Algum problema? — perguntou, agarrando o lençol junto aos seios ao esforçar-se para levantar-se, lutando para livrar-se dos travesseiros.
  Sentia-se sem graça, nua diante de Bill, todo vestido, mas ele parecia inteiramente alheio àquele mal-estar. Na verdade, parecia alheio à nudez dela.
  — Lauren, receio que vamos ter de encurtar o dia de hoje. Um... um parceiro de negócios ligou esta manhã e chegará aqui dentro de uma hora. Encontrarei outra boleia de volta à cidade.
  Lauren sentiu uma terrível decepção, mas, quarenta minutos depois, quando Bill a acompanhou até o carro, a decepção intensificara-se, transformando-se em confusa inquietação. O amante sedutor, passional, da noite anterior, desaparecera. Nesta manhã, continuava amistoso, mas impessoal, tratando-a como se houvessem passado uma noite agradável, porém sem importância, jogando baralho, e não a fazer amor. Ou seria assim que os homens sempre agiam depois? Na certa, talvez ela apenas estivesse demasiado sensível, concluiu, parando junto ao carro e virando-se para ele.
  Esperava que Bill a aprisionasse nos braços e lhe desse um beijo de despedida. No entanto, ele pôs as mãos nos bolsos, lançou-lhe um olhar franco, aberto, e disse:
  — Lauren, tomas-te precauções contra as possíveis consequências de ontem à noite?
  Gravidez! O rosto dela parecia em chamas quando fez que não com a cabeça. Sentiu que a resposta o irritou, mas a voz dele saiu calma e inalterada:
  — Se houver consequências, quero que me informes. Nem tentes fazer tudo sozinha. Prometes que me contarás?
  Sem vontade demais para falar, ela assentiu com a cabeça, quando ele abriu a porta do carro para ela. Ainda engrenando a marcha a trás, Lauren viu-o retornar, a passos largos, casa adentro.
  Olhou o relógio no painel, enquanto atravessava as longas faixas de terras cultivadas de Indiana. “Se houver consequências, quero que me informes.” Me informes... Revolvia sem parar as últimas palavras na mente.
  Na véspera, quando conversavam sobre a mudança dela, conseguira passar a informação casual de que estaria de volta a Detroit na sexta-feira, e nesse meio-tempo o telefone ia ser instalado em seu nome. Bill poderia encontrá-la na sexta simplesmente perguntando à telefonista o novo número, e ele sabia disso. Por que fizera parecer que os dois não falariam um com o outro, a não ser que ela precisasse encontrá-lo para dizer-lhe que estava grávida?
  Em certo aspecto, sentia-se como uma qualquer que fora usada e deitada fora. Os dois haviam se divertido juntos e passaram a conhecer-se; ela sentira-se tão próxima dele... com certeza ele também sentira essa proximidade. Claro que não pretendia simplesmente dar o fora e esquecê-la.
  Um róseo pôr-do-sol riscava o céu quando ela cruzou o rio Mississípi em direcção ao Missouri. Estava exausta, mas optimista. Quando retornasse a Detroit na sexta, Bill telefonaria. Talvez adiasse até sábado ou domingo, porém, com certeza, não por mais tempo.

*Continua no proximo capitulo*

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Não há coments no outro capitulo :c
Nheeee ;_;
Mas nao resisti a postar este  (a)
E começa o drama ! muahahahah XD
O Bill irá telefonar? Eis a questao. x)
Kiss <3'

Phi'K

2 comentários:

  1. Eu comentei o outro, Phi! :o
    Bem, não sei o que te diga quanto a estes dois xD
    Mas sei que quero outro :3

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  2. Só consegui ler hj...
    Está... lindo! =D
    Uhu acho que o Bill vai ligar ;D
    Beijinhos

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