Capitulo 5
“Seria de fato tão atraente assim?”, perguntou-se. Decidiu tornar a olhar, mas com discrição dessa vez. Como quem não quer nada, ergueu os olhos para as luzes acima das portas em que piscavam os números dos andares. Cuidadosamente, ficou a olhar para o lado... Bill observava os números, com a cabeça meio inclinada para trás, o rosto de perfil.
Além de ser ainda mais atraente do que ela julgara, ele tinha pelo menos um metro e oitenta de altura, e apesar de não aparentar ter um corpo escultural de atleta, parecia ter um corpo perfeito aos olhos dela. Longos cabelos negros, com um belo e estiloso corte e umas poucas madeixas brancas. Força masculina talhada em cada traço do altivo perfil, das sobrancelhas pretas rectas à arrogante projecção do queixo. Boca firme, mas com contorno sensual.
Lauren ainda examinava a carnuda linha dos lábios quando os viu de repente abrirem-se, como se ocultassem o riso. Disparou a olhar para cima e, horrorizada, viu-o direccionar os olhos cor de mel para ela.
Apanhada no ato de encará-lo e quase a babar nele, disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça:
— Eu... eu tenho medo de elevadores — improvisou como uma louca. — Tento me concentrar em outra coisa para... hã... afastar a mente da altura.
— Muito inteligente — ele observou, mas o tom provocador deixava óbvio que estava aprovando, não sua sensata decisão de dizer que tinha medo de elevadores, mas sim a engenhosidade de inventar uma mentira tão plausível.
Lauren viu-se dividida entre rir dessa seca observação e corar por não ter conseguido enganá-lo. Não fizera nenhuma das duas coisas, e, em vez disso, teve o cuidado de manter o olhar voltado para as portas do elevador até se abrirem no octogésimo andar.
— Espere aqui enquanto acendo as luzes — disse Bill. Alguns segundos depois, painéis de lâmpadas no teto acenderam-se, iluminando todo o andar, cuja metade esquerda continha uma imensa sala de recepção e quatro escritórios com grandes painéis de lambris de carvalho. Bill pegou o cotovelo de Lauren, cujos pés afundaram no tapete verde-esmeralda enquanto se deixava guiar para contornar a porta do elevador e ir até o lado oposto.
Aquela metade do andar continha outra área de recepção ainda maior, com uma mesa circular de recepcionista ao centro. Lauren teve o vislumbre de um belo escritório à direita, já equipado com arquivos embutidos e uma reluzente mesa em madeira cromada. Na sua mente, comparou-a à que usava em seu antigo emprego. Aquela que estava no meio do entulhado escritório para três pessoas. Era difícil acreditar que um espaço tão luxuoso como este se destinasse a uma simples secretária.
Quando expressou o pensamento em voz alta, Bill lançou-lhe um olhar zombeteiro.
— As secretárias profissionais qualificadas muito se orgulham por serem apenas isso, secretárias, e os salários que recebem sobem a cada ano.
— Eu, por acaso, sou secretária — declarou ela quando os dois atravessaram a área da recepção rumo a um par de portas de vidro escuro com dois metros e meio de altura. — Atravessei a rua atrás de um emprego na K’s antes de, hã, conhecer o senhor.
— Trate-me por tu. – Sorriu-lhe e ela ruborizou-se levemente.
— Digo o mesmo.
Bill abriu as duas portas, recuando depois para deixá-la entrar na frente, enquanto a examinava coxear.
Lauren tinha uma consciência tão aguda daquele olhar de um cor de mel penetrante nas suas pernas que sentiu os joelhos cederem, e já cruzara metade do aposento antes de olhar de facto em volta. O que viu a fez parar subitamente.
— Oh! — murmurou. — O que é isso, afinal?
— Isso — respondeu Bill com um sorriso ao ver a expressão boquiaberta da jovem — é o escritório do presidente. Um dos poucos já totalmente prontos.
Sem fala, ela deixou o olhar de admiração passear pelo gigantesco escritório. A extensa parede em frente era de vidro do chão ao teto, o que oferecia uma enorme vista nocturna de Detroit em todo o esplendor; fantástica e brilhante, aberta em leque por intermináveis quilómetros ao longe. As três outras paredes eram revestidas com painéis de papel acetinado.
Metros e mais metros de tapetes creme revestiam o piso, e uma esplêndida mesa do mesmo papel à extrema-direita dava de frente para a sala. Seis cadeiras cromadas e com estofado verde-musgo ocupavam posições estratégicas diante da mesa, e no lado oposto três longos sofás da mesma cor e bastante confortáveis formavam um amplo “U” em torno de uma imensa mesa de centro com tampo de vidro, tendo como base um enorme pedaço de madeira bem envernizada.
— É absolutamente de tirar o fôlego — ela disse baixinho.
— Vou preparar uma bebida para nós enquanto Mike trás o kit de primeiros socorros — disse Bill.
Lauren voltou-se, olhando-o com um ar divertido enquanto ele caminhava até uma parede vazia, de madeira escura, apertando-a com as pontas dos dedos. Um imenso painel deslizou em silêncio para o lado e revelou um belo bar espelhado, Iluminado por minúsculos spots ocultos acima. As prateleiras de vidro continham fileiras de taças e jarras de cristal.
Como Lauren não respondeu à oferta de bebida, ele olhou para trás. Ela ergueu os olhos azuis do bar, olhou-o no rosto e decifrou a expressão que ele tentava esconder. Achava, claro, graça da reacção pasma da jovem àquela opulência, e saber disso fez com que ela, de repente, compreendesse uma coisa que até então ignorara: enquanto estava plenamente consciente da atracção masculina dele, ele parecia ignorá-la completamente como mulher.
Após suportar, durante seis anos, uma admiração embasbacada e olhares lascivos e maliciosos dos homens, ela encontrara, por fim, um a quem desejava desesperadamente impressionar, e nada acontecia. Nada, em absoluto. Intrigada e, sem dúvida, decepcionada, tentou afastar o mal-estar com um encolher de ombros. Dizia-se que a beleza residia nos olhos de quem via, e tudo indicava que os olhos de Bill nada viam de interessante quando olhavam para ela. Não teria sido tão ruim, se ele ao menos não a achasse terrivelmente engraçada!
— Se quiseres lavar-te, há uma casa de banho bem ali — sugeriu Bill, indicando com a cabeça a parede atrás do bar.
— Onde? — perguntou Lauren, seguindo a direcção do olhar dele.
— Vai em frente e, quando chegares à parede, basta pressioná-la.
Ele voltara a torcer os lábios, e Lauren lançou-lhe um olhar exasperado, enquanto seguia a instrução. Ao tocar com as pontas dos dedos a parede de madeira, um painel abriu-se com um estalo e revelou a espaçosa casa de banho, no qual ela entrou.
— Aqui está o kit de primeiros socorros — anunciou Mike, entrando na suite em seguida. — A jovem ia fechar a porta da casa de banho, mas parou ao ouvi-lo acrescentar, em tom baixo: — Bill, como advogado da empresa, aconselho que essa jovem seja examinada por um médico hoje à noite, para provar que não sofreu ferimentos sérios. Se você não insistir nisso, algum advogado pode afirmar que a queda a invalidou e processar a empresa, exigindo milhões.
— Pare de fazer um drama com isto! — Lauren ouviu Bill gritar. — É apenas uma criança de olhos arregalados que passou por um susto dos diabos numa queda feia. A sirene de uma ambulância a aterrorizaria.
— Tudo bem — disse o outro com um suspiro. — Estou atrasado para uma reunião em Troy e preciso de partir. Mas, pelo amor de Deus, não ofereça a ela nada alcoólico. Os pais podem nos processar por assédio sexual de menor e...
Intrigada e insultada por ver-se chamada de ‘criança assustada de olhos arregalados’, Lauren fechou a porta em silêncio. Com raiva, voltou-se para o espelho acima da pia e soltou um grito horrorizado. Tinha o rosto coberto de terra e sujeira, o elegante coque estava desfeito e pendendo torto na nuca, madeixas de cabelo grudavam-se como redemoinhos desordenados por toda a cabeça, e o fato de secretária azul, pendendo no ombro esquerdo, emprestava-lhe um ar de bêbada.
Exibia a aparência exacta de uma caricatura de si mesma, pensou com uma risadinha histérica, uma engraçada e impotente criança travessa.
Por algum motivo, de repente tornou-se imperativo ter um ar muito diferente ao deixar a casa de banho. Às pressas, pôs-se a despir o imundo casaco do fato azul-marinho, antevendo, muito alegre, o choque que aguardava Bill, quando ela se lavasse e se apresentasse.
Se Lauren ficou com o pulso acelerado de excitação enquanto esfregava o rosto e as mãos, disse a si mesma que era apenas porque ansiava rir por último, e não por desejar que ele a julgasse atraente. Mas precisava apressar-se; se passasse muito tempo ali, a transformação não seria nem de longe tão eficaz.
Tirou a meia-calça transparente, com uma careta à visão dos furos nos joelhos, e passou mais sabonete na esponja. Logo que estava razoavelmente limpa, colocou o conteúdo da bolsa a tiracolo na pia e abriu o pacote de meia-calça extra que por acaso trazia. Após alisá-los, retirou os ganchos dos cabelos e pôs-se a escová-los, forçando a escova pelas mechas embaraçadas numa pressa implacável. Ao acabar, eles já caiam numa massa suave e brilhante que se encaracolava naturalmente nos ombros e nas costas. Rapidamente passou um batom cor de pêssego, um pouco de blush, depois enfiou tudo na bolsa e afastou-se do espelho para ver como estava. Exibia uma cor viva, os olhos brilhantes de animada antecipação. A blusa branca parecia um pouco formal, mas destacava a graciosa linha do pescoço e enfatizava a curva dos seios. Satisfeita, deu as costas ao espelho, pegou o casaco e a bolsa, e saiu da casa de banho, fechando o painel de madeira com um suave estalo.
Bill estava em pé em frente ao bar espelhado, de costas para ela. Sem se virar, informou:
— Precisei de fazer um telefonema, mas as bebidas ficarão prontas num minuto. Achou tudo o que precisava lá dentro?
— Sim, achei, obrigada — respondeu Lauren, e largou a bolsa e o casaco.
Ficou de pé, calada, diante do grande sofá, olhando os movimentos rápidos do homem ao pegar dois copos de cristal na prateleira e depois puxar uma bandeja de gelo da compacta geladeira e freezer ao fundo do bar. Ele tirara o casaco e colocara-o sobre uma das cadeiras. Em cada movimento dos braços, o fino tecido da camisa azul esticava-se, mostrando um corpo magro e bonito. Lauren deixou o olhar vagar pela linha definida daqueles quadris estreitos e daquelas pernas compridas, realçados pelas calças justas. Quando ele falou, assustou-se, com culpa, desviando o olhar para os cabelos escuros do Bill.
— Receio que este bar não tenha refrigerantes nem refrescos, Lauren, por isso preparei um copo de tónica com gelo para ti.
Lauren reprimiu uma risadinha à menção de refresco e, pudica, cruzou as mãos nas costas. A expectativa crescera-lhe por dentro quando Bill tapou a jarra de cristal, pegou um copo em cada mão e virou-se.
Ele deu dois passos em direcção a ela e parou de repente.
*Continua no proximo capitulo*
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Oh, vocês tão com uma sorte !
O portatil deu o pifo antes de ontem e como nao tinha NADA de fic nas pens, ia fechar os blogs TODOS :$
Mas o PC decidiu rescuscitar hoje *--*
E por isso já tamos safas *ufff*
OH oh ! Pk é que Toda a gente diz que os meus olhos brilham quem falo do estupido do Ricardo? --'
Tipo, eu já disse que nao vou fazer parte do harem dele, nem hoje, nem nunca ! Grrr
Vou-me.
Bigg Kiss*
PS: Ahah, a Angy pensava que eu nao sabia travar, barra!
Phi'K
OH oh ! Pk é que Toda a gente diz que os meus olhos brilham quem falo do estupido do Ricardo? --'
Tipo, eu já disse que nao vou fazer parte do harem dele, nem hoje, nem nunca ! Grrr
Vou-me.
Bigg Kiss*
PS: Ahah, a Angy pensava que eu nao sabia travar, barra!
Phi'K
Está fantástico *o*
ResponderEliminarBeijinhos <3
Ainda não tinha descoberto a nova preciosidade da menina Phi.
ResponderEliminarBilljinhos muito grandes (:
P.S.-Já tenho blog, quando puderes passar por lá comentas?