domingo, 3 de abril de 2011

A Pianist Spy - Capitulo 4

Capitulo 4

  Quando Lauren entrou no Departamento Pessoal da K’s, já passava das cinco e ela chegara à conclusão de que não podia espionar para Gordon Whitworth. Só de pensar nisso no caminho, fizera o seu coração palpitar e as palmas das mãos suarem ao volante. Embora fosse gostar de ajudar Gordon, as intrigas e trapaças envolvidas deixavam-na petrificada. Ainda assim, odiava admitir sua covardia diante ele.
  Enquanto preenchia os intermináveis formulários e questionários exigidos pela K’s, ocorreu-lhe que a melhor maneira de sair do apuro seria honrar a promessa candidatando-se a uma vaga, e depois ter a certeza absoluta de que não lhe ofereceriam uma. Portanto, errou de propósito na ortografia, dactilografia e estenografia, e deixou de incluir o diploma universitário. Mas o feito que coroou tudo foi como respondeu à última pergunta no formulário para candidatar-se ao emprego. As instruções mandavam relacionar, em ordem de preferência, três cargos para os quais se sentia qualificada na empresa. Lauren escrevera “presidente” como primeira escolha, “gerente de pessoal” como segunda e “secretária” como terceira.
  O verdadeiro gerente de pessoal, senhor Weatherby, avaliou os testes e manifestou no rosto o horror ao fazê-lo. Colocou-os de lado e pegou o formulário, e ela viu-o deslizar o olhar até o pé da última página, onde se achava relacionado, entre as suas três opções, o próprio cargo dele! Ao ler isso, o homem ficou com o rosto coberto de raiva e fez dilatarem as narinas. Lauren teve de morder o trémulo lábio inferior para esconder o riso. Talvez fosse talhada para a intriga e o subterfúgio, pensou com um sorriso interior ao vê-lo levantar-se e informar-lhe com toda frieza que ela não satisfazia os padrões de contratação da K’s para cargo algum.
  Quando Lauren saiu do prédio, descobriu que a pavorosa noite encoberta de Agosto aprofundara-se numa prematura escuridão e ventania. Com um arrepio convulsivo, apertou mais o blazer azul-marinho contra o corpo.
  O tráfego no centro concentrava-se na avenida Jefferson, um mar de faróis brancos e lanternas traseiras vermelhas que passavam em disparada nas duas direcções. Enquanto esperava que o sinal abrisse, as malditas gotas de chuva começaram a salpicar na calçada em volta. O trânsito ficou mais tranquilo e Lauren correu até o outro lado do largo bulevar com muitas pistas, chegando à calçada do passeio pouco antes que os carros passassem roncando.
  Sem fôlego e ensopada, ergueu o olhar para o escurecido e alto prédio em construção à sua frente. O estacionamento onde deixara o carro ficava a quatro quadras, mas, se cortasse pela área em torno do edifício, podia poupar pelo menos meia quadra. Uma nova rajada de vento que soprava do rio Detroit açoitou-lhe a saia nas pernas e ajudou-a a decidir-se. Sem ligar para a placa de Acesso Proibido, abaixou-se sob as cordas em torno da área de construção.
  Andando tão rápido quanto permitia o terreno acidentado, Lauren olhou para cima, para as luzes espalhadas aqui e ali no prédio que, fora isso, estava às escuras. Tinha pelo menos oitenta andares, todo de espelhos que reflectiam as luzes cintilantes da cidade. Onde havia iluminação por dentro, a superfície espelhada tornava-se um vidro comum nos dois lados, e Lauren viu caixas empilhadas nos escritórios, como se os moradores se aprontassem para ocupar o espaço.
  Perto do edifício julgou-se protegida do vento que soprava do rio, por isso teve o cuidado de permanecer sob essa protecção. Enquanto corria, ocorreu-lhe que era uma figura feminina solitária, sozinha no escuro naquela que diziam ser uma cidade tomada pelo crime. A ideia fez-lhe o medo subir pela espinha.
  Passos pesados de repente bateram na terra atrás, e ela sentiu o coração pular de terror. Apressou o passo, e as passadas anónimas aproximaram-se mais também. Em pânico, Lauren disparou a correr, aos tropeços. No momento em que voava rumo à entrada principal, uma das enormes portas de vidro abriu e dois homens surgiram do prédio escuro.
  — Socorro! — ela gritou. — Tem alguém... — Os pés se enroscaram num emaranhado de fios. Lauren tropeçou e foi lançada no ar, com a boca aberta num grito silencioso; debatendo para equilibrar-se, pousou esparramada, com o rosto voltado para baixo, no chão aos pés dos homens.
  — Sua desastrada! — disse um deles com a voz arrastada, marcada por uma furiosa preocupação quando os dois se agacharam e examinaram-na ansiosos. — O que você acha que está a fazer?
  Apoiando-se no antebraço, Lauren ergueu um olhar magoado, que foi dos sapatos para o rosto do homem.
  — Teste para o circo — respondeu, secamente. — E para o bis, em geral, caio de uma ponte.
  Uma sonora risadinha veio do outro sujeito, que a pegou com firmeza pelos ombros e ajudou-a a levantar-se.
  — Como se chama? — perguntou. E quando ela disse o nome, ele acrescentou preocupado: — Consegue andar?
  — Por quilómetros — garantiu-lhe Lauren, insegura. Cada músculo do seu corpo protestava, e o tornozelo esquerdo pulsava de dor.
  — Então acho que você consegue ir até o prédio para darmos uma olhada no estrago — disse o homem com um sorriso na voz. Deslizando o braço pela cintura dela, puxou-a para si de modo a permitir-lhe encostar-se nele para sustentar-se.
  — Bill — disse o outro com voz aguda —, acho melhor eu chamar uma ambulância, enquanto você fica aqui com a senhora Danner.
  — Por favor, não chame! — ela implorou. — Estou mais envergonhada do que magoada — acrescentou em desespero, quase desabando de alívio quando o homem chamado Bill começou a guiá-la para o saguão escuro.
  Ela pensou por um instante que era desaconselhável entrar num prédio deserto com dois desconhecidos, mas quando entraram, o outro sujeito acendeu algumas luzes pequenas no teto alto e a maioria das dúvidas de Lauren se desfizeram; era um homem de meia-idade, com fato e gravata. Mesmo com pouca luz, parecia mais um executivo bem-sucedido que um bandido. Lauren deu uma espiada no Bill, cujo braço envolvia-lhe a cintura. Usava calças de ganga escuras e um casaco preto de empresário. A julgar pelo perfil indefinido, Lauren imaginou-o por volta dos vinte e poucos, e nada tinha que lhe parecesse sinistro.
  Olhando para trás, Bill falou ao outro:
  — Mike, deve haver um kit de primeiros socorros numa das salas de manutenção. Encontre-o e traga-o aqui.
  — Certo — respondeu Mike, e encaminhou-se em direcção a um sinal luminoso em que se lia “Escada”.
  Lauren lançou um olhar curioso em volta do imenso saguão. Todo em mármore: as paredes, os pisos e mesmo as graciosas colunas que se erguiam em dois andares até o teto bem ao alto. Dezenas de plantas em vasos e folhagens opulentas alinhavam-se contra uma das paredes, ao que parece à espera de alguém que as colocasse nos seus lugares certos no vasto piso do saguão.
  Quando chegaram a um conjunto de elevadores na parede oposta, Bill passou a mão por trás dela e apertou o botão. As reluzentes portas metálicas abriram-se e Lauren entrou sob as fortes luzes do elevador.
  — Vou levá-la a um escritório mobilado, onde poderá sentar-se e descansar até se sentir firme o suficiente para caminhar sem ajuda.
  Lauren lançou-lhe um olhar sorridente e agradecido, e imobilizou-se com o choque. Parado ao lado dela, com as feições bem iluminadas agora pela luz mais forte, estava um dos homens mais bonitos que ela já vira. Ao mesmo tempo, as portas do elevador se fecharam e Lauren desviou os olhos do rosto dele.
  — Obrigada — disse num sussurro estranho e áspero, livrando-se, com timidez, do braço que a amparava —, mas posso ficar de pé sozinha.
  Ele apertou o botão do octogésimo andar, e Lauren sufocou o impulso feminino de estender a mão e ajeitar os cabelos, seria demasiado óbvio, vaidoso demais. Imaginou se lhe restava algum vestígio de batom, ou se tinha a face suja. Para uma jovem sensata, reagia de forma bastante tola ao que, afinal, não passava de um atraente rosto masculino.

*Continua no proximo capitulo*

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Sorry, ontem nao tive em casa depois de sair do trabalho e coise, nao deu para postar...
Andei a falar ao telefone com a maninha Ly enquanto pintava o cabelo da minha irmã por volta da meia-noite !
Só acabei eram prai, umas tres da manha e fiquei a dormir no sofa xD
Apeteceu-me e coise xD
Well, parti uma unha (literalmente, até à carne) por causa do Ricardo --. Mas eu espetei-lhe uma unha na mao e ficamos quites, muahahahah :L
(a) paravreado a mais...
Big Kiss <33'

Phi'K

2 comentários:

  1. Violenta, Phi O.O
    Vá...
    O Bill é um querido *o*
    Até acho melhor ela não ter coisado o cabelo xDDD
    Mais :33

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  2. Está mesmo fixe *O*
    Foi mesmo fixe, os nossos telefonemas!! xP
    Beijinhos <3

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