Capitulo 2
O aperto de mãos de Gordon Whitworth foi firme, sua voz assumindo um tom de deleite mordaz:
— Na verdade, lembro-me muito bem, Lauren; você foi uma criança um tanto... inesquecível.
Ela sorriu, surpresa com esse humor franco.
— É muita bondade sua. Poderia ter dito irritante, em vez de inesquecível.
Com isso, declarou-se uma tentativa de trégua, e ele acenou com a cabeça indicando uma poltrona de veludo dourado diante da escrivaninha.
— Por favor, sente-se.
— Trouxe-lhe o meu currículo — disse Lauren, tirando um envelope da bolsa ao sentar-se.
Gordon abriu-o e retirou as folhas dactilografadas, mas permaneceu com os olhos castanhos fixos no rosto da candidata, examinando minuciosamente as suas feições.
— A semelhança com a sua mãe é espantosa — disse após um longo instante. — Ela era italiana, não era?
— Os meus avós eram italianos — esclareceu Lauren. — A minha mãe nasceu aqui.
Gordon balançou a cabeça.
— O seu cabelo é muito mais claro, mais vivo, mas fora isso você tem quase a mesma aparência. — Desviou o olhar para o currículo que ela lhe dera e acrescentou, calmamente: — Ela era uma mulher extremamente bonita.
Lauren recostou-se na poltrona, um pouco perplexa pela inesperada direcção que a entrevista tomava. Era um tanto desconcertante descobrir, apesar da atitude externa fria e distante, catorze anos antes, que Gordon Whitworth parecia ter achado Gina Danner bonita. E agora estava a dizer à Lauren que a achava bonita também.
Enquanto ele passava os olhos no currículo, Lauren deixou-se divagar, ao mesmo tempo em que observava todo o esplendor daquele escritório. Era dali que Gordon Whitworth comandava todo o seu império. Ela aproveitou o momento para examiná-lo. Para um cinquentão, era extremamente sexy. Embora fosse grisalho, o rosto bronzeado não era muito marcado por rugas e não havia sinal algum de excesso de peso no corpo alto e bem formado. Sentado atrás da imensa escrivaninha baronial, num fato escuro de corte impecável, ele parecia cercado por uma aura de riqueza e poder que Lauren, com relutância, achou impressionante.
Visto agora pelos olhos de uma adulta, ele não parecia o homem frio, presunçoso e convencido de que ela se lembrava. Na verdade, parecia, nos mínimos detalhes, um homem distinto e elegante da alta sociedade. Tinha com ela uma atitude, sem dúvida, cortês, e senso de humor também. Somando tudo, Lauren não pôde deixar de sentir que seu preconceito contra ele durante todos aqueles anos talvez tivesse sido injusto.
Gordon Whitworth voltou-se para a segunda página do currículo dela, e Lauren sentiu-se um fracasso. Por que, exactamente, tinha essa súbita mudança de opinião quanto a ele? Perguntou-se, sentindo-se pouco à vontade. Era verdade que ele se mostrava cordial e gentil agora, mas por que não seria? Ela não era mais uma menininha simplória de nove anos, e sim uma jovem com um rosto e corpo que faziam os homens se virarem para cravar os olhos nela.
Haveria mesmo cometido um erro de julgamento sobre os Whitworth durante todos aqueles anos? Ou deixava-se agora influenciar pela óbvia riqueza e agradável sofisticação de Gordon Whitworth?
— Embora o seu desempenho na universidade seja excelente, espero que compreenda a inutilidade de uma formação em música para o mundo dos negócios — ele disse.
Na mesma hora Lauren voltou a atenção para a questão imediata:
— Sei disso. Formei-me em música porque adorava, mas percebo que não há futuro nessa área para mim.
Com tranquila dignidade, ela explicou em poucas palavras os motivos que a fizeram abandonar a carreira de pianista, incluindo a saúde do pai e a situação financeira da família.
Gordon ouviu com atenção, depois tornou a olhar para o currículo que tinha em mãos.
— Notei que também fez vários cursos de administração na faculdade.
Quando ele fez uma pausa, Lauren começou a achar, com expectativa, que ele poderia estar realmente a considerar contratá-la.
— Na verdade, faltaram apenas alguns para eu me formar em administração.
— E enquanto fazia faculdade, você trabalhou depois das aulas e nas férias de verão como secretária — continuou Gordon, pensativo. — O seu pai não falou disso ao telefone. Suas qualificações como estenógrafa e dactilógrafa são mesmo tão excelentes como diz o currículo?
— São — respondeu Lauren, mas, à menção daquele antecedente como secretária, seu entusiasmo começou a definhar.
Gordon relaxou na sua poltrona e, após pensar por um instante, pareceu chegar a uma decisão:
— Posso lhe oferecer o emprego de secretária, Lauren, um cargo de desafio e responsabilidade. Nada mais posso fazer, a não ser que você realmente se forme em administração.
— Mas eu não quero ser secretária — disse ela com um suspiro.
Um irónico sorriso entortou-lhe os lábios quando viu como Lauren parecia desencorajada.
— Você disse que a sua principal preocupação agora é o dinheiro, e no momento, por acaso, há uma tremenda escassez de secretárias executivas qualificadas e de alto nível. Por isso, são muito procuradas e muitíssimo bem pagas. A minha, por exemplo, factura quase tanto quanto os executivos de nível médio da administração.
— Mesmo assim... — Lauren começou a protestar.
O senhor Whitworth ergueu uma das mãos para silenciá-la.
— Deixe-me concluir. Você trabalhava para o presidente de uma pequena empresa industrial. Numa empresa assim, todos sabem o que todo o mundo faz e por quê. Infelizmente, nas grandes corporações como esta, apenas os altos executivos e as suas secretárias têm consciência do quadro geral. Posso lhe dar um exemplo do que estou a tentar dizer?
Lauren fez que sim com a cabeça, e ele continuou:
— Digamos que você seja contadora na nossa divisão de rádios e lhe peçam para preparar uma análise do custo de cada aparelho que produzimos. Você passa semanas a preparar o relatório sem saber por que está a fazer isso. Talvez porque estejamos a pensar em fechar essa divisão, pode ser que estejamos a pensar em expandi-la; ou ainda porque planejamos fazer uma campanha de publicidade para ajudar a vender mais rádios. Você não sabe quais são os nossos planos, nem seu supervisor, nem o supervisor dele. As únicas pessoas que têm conhecimento desse tipo de informação confidencial são os gerentes de divisão, vice-presidentes e — concluiu com ênfase, sorridente — suas secretárias! Se você começar nessa posição aqui, terá uma boa visão geral da empresa, e poderá fazer uma escolha esclarecida sobre possíveis metas futuras de carreira.
— Posso fazer qualquer outra coisa numa empresa como a sua que pague tão bem quanto o cargo de secretária? — Perguntou Lauren.
— Não — ele respondeu com tranquila firmeza. — Só depois de conseguir o diploma em administração.
Por dentro, Lauren suspirou, mas sabia que não tinha escolha. Precisava ganhar tanto dinheiro quanto possível.
— Não fique tão triste — disse ele —, o trabalho não será chato. Ora, minha própria secretária sabe mais dos nossos planos futuros do que a maioria dos meus executivos. As secretárias executivas estão por dentro de todo tipo de informações altamente confidenciais. São...
Parou de falar por um instante, olhando fixamente para Lauren em um silêncio cheio de impacto emocional, e, quando voltou a falar, tinha na voz um tom calculado e triunfante:
— Secretárias executivas ficam a saber de informações altamente confidenciais — repetiu, e um inexplicável sorriso cruzou-lhe as aristocráticas feições. — Uma secretária! — ele sussurrou. — Jamais suspeitariam de uma secretária! Nem sequer a investigam. Lauren, — disse baixinho, os olhos castanhos brilhando como topázio —, vou lhe fazer uma proposta bastante incomum. Por favor, não discuta enquanto não ouvir até o fim. Bem, o que você sabe sobre espionagem industrial ou corporativista?
Lauren teve a incómoda sensação de que pendia à beira de um perigoso precipício.
— O suficiente para saber que já mandaram muita gente para a prisão por causa disso, e que não quero, de jeito nenhum, nada com isso, senhor Whitworth.
— Claro que não — disse ele, com suavidade na voz. — E, por favor, chame-me de Gordon, afinal, somos parentes, e venho chamando você de Lauren.
Inquieta, ela fez que sim com a cabeça.
*Continua no proximo capitulo*
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Tenho de ser rapidinha...
Meti a minha avó fora do quarto (com autorisaçao do meu pai) e a minha mãe agora tá com vontade de me pregar um estálo (e só nao o dá porque eu tenho o apoiu do meu pai) porque a minha avó, ao mete-la fora do meu quarto, meteu-se na cama a fazer birrinha, a fazer-me ameaças de que 'não toma mais conta das minhas coisas' e diz que vai para a terrinha amanha !
Parece uma criançinha de dois anos, cinceramente ! --.
Bem, tenho de ir, para ver se nao pegam em mim por estar no PC...
Agora ao minimo pé na possa que eu fassa, de serteza que vou pelos ares xD
Mas eu até que acho isto giro, porque foi o meu ai que me 'inssitou' a fazer isto e por isso ele nao vai poder ralhar-me xD YEY !
Mas a minha mae é que tá possessa !
Parece o diabo em pessoa agora ! xD
Well, no proximo capitulo o Biw já aparece (a)
Este é da minha maninha e da minha gambonia :D
Jinhossss <33'
Phi'K
Obrigada <33
ResponderEliminarBem, eu acho que ele vai mandá-la para a empresa do Bill, certo? xD
Gosto tanto *0*
Mais :33
Meu *--*
ResponderEliminarEstá fantástico *o*
Proximo bem rápido!!
Tu e as tuas «aventuras» xD
Beijinhos <3
Desculpa Só ter continuado a ler agora *___*
ResponderEliminarDe qualquer das maneiras está mesmo fixe ^^
PS: Não falas pqe??
Miss you --"
Küss Goma da Bunny